Guilherme Cabral
A artista plástica paraibana Dione Rabelo está consolidando, cada vez mais, a sua carreira em âmbito internacional. Para se ter uma ideia dessa conquista de território no exterior, no momento, ela está participando da Octava Internacional Grabados por la paz, Bienal 2016 que acontece na cidade de Monterrey, no México, e da 2nd International Exlibris Competition Varna, em Varna, na Bulgária, ambas com encerramento no próximo dia 30 de setembro, mês em que também estará presente, só que a partir do dia 22, de outro importante evento, a Osten Biennial of Drawing, em Escópia, capital da Macedônia, que se prolongará até 22 de fevereiro de 2017. Além disso, de setembro até janeiro do próximo ano terá obras na Écarta! Contemporary Papers International Exhition, na Itália, evento que vai ocorrer em duas grandes exposições na Tower in Cassina de Pecchi e no Spazio Mantegna, ambas na cidade de Milão. E, ainda, também foi selecionada para o 4th Guangzhou International Exlibris and Mini Prints Biennial, na China, que acontecerá em novembro.
“É uma honra muito grande, para mim, estar em quatro eventos, que são grandes exposições. Estou extremamente feliz e o sentimento é o de dever cumprido, pois isso consolida a minha carreira no exterior e é uma coisa maravilhosa, pois significa respeito ao trabalho, o que é muito importante para um artista”, confessou para o jornal A União Dione Rabelo. “De todas essas exposições internacionais, a mais difícil para entrar foi a da Bulgária, pois grandes artistas tentam participar”, confessou ela, que, na Bienal do México, se faz presente com a xilogravura intitulada Anjos da Paz. “Outra paraibana, Zenilda Pereira, que fez xilogravura junto comigo e outros no Atelier Miramar, de José Altino, há muitos anos, também participa dessa exposição em Monterrey”, acrescentou a artista.
Dione Rabelo participa da exposição na Bulgária com cinco obras, todas na técnica xilogravura, e cujos títulos são os seguintes: Mestre Sivuca, inspirada no músico e sanfoneiro paraibano, por, de acordo com a artista, representar a alegria e o forró; Luiz Gonzaga, o Rei do Baião; Marizete Vieira, que foi a primeira professora de alfabetização; Freira alemã Rosa Aberler e Aninha Mocó, todas selecionadas para a exposição e que passam a pertencer ao acervo da instituição, o que a deixa muito contente. “Varna é considerada a capital cultural da Europa”, justificou ela.
“Estudei com a freira Rosa Aberler, já falecida, que chamávamos de irmã Rafaela, no colégio de freiras Stella Maris, na cidade de Triunfo (PE), e que tinha um senso artístico muito profundo e sensível”, disse ela, que nasceu em Princesa Isabel, localizada no Sertão da Paraíba. “Mas a obra mais interessante dessas cinco é a de Aninha Mocó, uma das criaturas mais humildes e pobres, que gostava dos animais e criava muitos gatos em Triunfo”, confessou Dione Rabelo.
Outra exposição que está deixando Dione Rabelo bastante feliz é a Osten Biennial of Drawing, em Escópia, a capital da Macedônia. “É um evento enorme, com 65 países inscritos, 690 artistas e 2.240 obras. Será realizado de 22 de setembro até 22 de fevereiro de 2017, no Osten Museum of Drawinhg, só com os selecionados. Eu sou uma das selecionadas, graças a Deus. Já houve o júri e, agora, ficou um número bem menor. Foi tipo concurso de miss: todos os artistas inscritos tiveram obras expostas, no final de junho, e um júri internacional excluiu várias obras”, comentou ela, que se fará presente com as seguintes seis obras, todas desenhos: My World (Meu Mundo); Angel (Anjo); Petra (Petra); Snakes (Serpentes); The Dream (O Sonho) e Wings (Asas).
Já com relação ao evento Écarta! Mini Contemporary papers International Exhibition, serão duas exposições, ambas na cidade de Milão. Dione Rabelo participará com a obra - produzida na técnica mista - intitulada The Glove (A Luva). “Eu enviei duas obras, conforme solicitado pelo regulamento, mas só ficaria uma por artista: The Hand (A Mão) e The Glove (A Luva). São bastante semelhantes e traduzem o aproveitamento do papel pelo artista, seja na gravura, no desenho, num simples esboço para uma pintura ou escultura e muitas outras formas. Eu enfoco o uso da mão do artista e o encaixe perfeito com o uso do papel. Como uma mão à luva. Gostei demais. Tive a sorte de ser selecionada para a mostra. Fiquei muito feliz, porque o papel representa as inúmeras possibilidades como suporte artístico. No Brasil, há certa restrição para o uso do papel como suporte, mas isso não ocorre na Europa”, comentou ela.
Dione Rabelo classificou de “excelente notícia” sua seleção para o 4th Guangzhou International Exlibris and Mini Prints Biennial, que ocorrerá no próximo mês de novembro, no Art Museum of Guangzhou Academy of Fine Arts, na China. Ela disse que já tinha participado de outra Bienal naquele País, em 2014, e, desta vez, enviará três xilogravuras, cujos títulos são os seguintes: Minu Nogueira, Irmã Dulce e Artur da Mota Miranda. A propósito, a artista não pára de produzir e já possui trabalhos recentes, ainda não expostos, a exemplo da xilogravura A Vítima, as esculturas Esmeralda - construída em madeira, fios de cobre e pedras semi preciosas - e Os Aprendizes (madeira e pedras semi preciosas) e a pintura Sol Nascente, todas de 2016.