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Cristina Strapação expõe e lança livro hoje

publicado: 27/11/2025 08h48, última modificação: 27/11/2025 08h48
Luzes da Tarde na Ponta do Seixas, Óleo sobre tela, 40x70cm, 2012 copiar.jpg

Foto: Reprodução

por Esmejoano Lincol*

Temáticas recorrentes na trajetória da paranaense Cristina Strapação, as paisagens costeiras não eram, a princípio, objeto de interesse da artista. Tudo mudou com sua vinda a João Pessoa, há algumas décadas. O contato freqüente com esse ambiente inspirou a produção de diversas telas, que alicerçam projetos que estréiam hoje – o livro e a exposição Cristina Strapação, que reúnem, ao todo, mais de 100 obras. O vernissage, com entrada franca, acontece às 19h, no Hotel Sesc Cabo Branco, em João Pessoa. O material permanece em exposição até o fim de janeiro.

A exposição conta com 39 telas em tinta óleo sobre transparência, em formatos pequenos, médios e grandes, e de momentos distintos da carreira de Cristina. Algumas das obras pertencem à própria artista; outras, a coleções particulares.

“Daremos uma ‘pincelada’ nas séries de jangadas, de paisagens marinhas abertas, de ondas e de detalhes de ondas. A exposição terá também ambientação, com uma jangada dentro da sala de exposição, além de outros objetos relacionados à pesca, para ilustrar isso tudo”, explica.

Já o livro compila 101 telas, que também pertencem a épocas distintas. Cristina utiliza como inspiração fotografias registradas por ela própria na costa pessoense e imagens coletadas na internet. As telas mais antigas contêm paisagens amplas; as mais recentes, focalizam detalhes das ondas.

“Algumas vezes eu chego realmente próximo da fotografia com o formato das espumas. A minha última série minha está sendo uns recortes de ondas, onde eu pego somente um pedaço só dela, com todos os detalhezinhos das transparências”, aponta.

Na infância, Cristina morava distante do mar e precisava deslocar-se muitos quilômetros para visitar o litoral do Paraná. Residindo atualmente na região da Ponta dos Seixas, na capital paraibana, aproximou-se de toda aquela imensidão durante suas caminhadas.

“Eu pintava, na época, naturezas mortas. Coloquei algumas delas numa janela, e aparecia, no fundo, um pedacinho do mar. Assim fui fazendo. E comecei a ter um prazer muito grande nessa estética, me aproximando ainda mais das ondas, dos barcos”, recorda.

Sobre o possível uso da inteligência artificial para gerar referências imagéticas como as que utiliza para suas telas, Cristina Strapação assevera que até o momento não foi preciso recorrer a este tipo de ferramenta, mas compreende que outros colegas o façam.

“A imagem fotográfica que eu tenho, mais o esboço, pode-se dizer, mental que faço, e que, depois passo para o desenho, já são suficientes para mim. Pode ser que um dia eu venha até a utilizar, mas eu vou precisar estudar um pouco, e me informar melhor sobre o assunto”, resume.  

*Matéria publicada originalmente na edição impressa do dia 27 de novembro de 2025.