Autores paraibanos marcam presença a partir de hoje na 25ª edição da Bienal Internacional do Livro de Pernambuco, numa programação que segue até o dia 12, na cidade de Olinda. Parte da comitiva foi escolhida por edital do programa Arte na Bagagem, conduzido pela Secretaria de Estado da Cultura (Secult--PB), em parceria com a Empresa Paraibana de Comunicação (EPC), e que abarca sete categorias, do romance à biografia. Ao todo, 27 escritores nascidos ou radicados na Paraíba poderão apresentar suas obras mais recentes no evento. Outros conterrâneos foram selecionados mediante inscrição regular.
Os literatos contemplados pelo edital ganharão, cada um, R$ 3 mil, destinados às despesas com deslocamento. Os livros serão disponibilizados no estande da Livraria A União, montado na bienal.
Uma das autoras é Janaína Araújo, que escreveu Caçadora de Pedras & Cobras, coletânea de poemas e sua estreia na literatura. “É uma conquista mesmo. Primeiro, porque leva a literatura feita na Paraíba a um espaço de visibilidade nacional e internacional. Depois, porque legitima a voz das mulheres que escrevem — muitas vezes entrelaçando poesia ao tempo fragmentado da vida cotidiana, dos cuidados e da resistência”, celebra.
Outro beneficiado é Pedro Pereira de Sousa Neto, que apresenta Dois Sonhos – Primeiro Sonho, lançado em 2024. Esta, a propósito, é a primeira vez que o escritor participa de um evento fora do estado com o seu romance; a ida da comitiva à bienal representa, para ele, não apenas uma conquista individual, mas um reconhecimento coletivo.
“Difundir cultura envolve gastos que quase nunca aparecem, mas que pesam no nosso dia a dia e que não são compensados na venda de livros. O Arte na Bagagem cobre parte desses custos e abre espaço para que eu me dedique com mais qualidade à circulação do livro”, afirma.
Já Paulo Henrique, inscrito diretamente junto à bienal, chegará a Olinda com o livro para colorir O Menino e o Celular Mágico, dedicado ao público infantojuvenil. A obra vai além da atividade lúdica, com estímulo aos trabalhos manuais; a narrativa também difunde lições cruciais de cidadania e de combate ao bullying.
“Além disso, é uma edição bilíngue português–inglês, ampliando ainda mais o aprendizado. As crianças se sentem atraídas por livros nos quais conseguem se reconhecer nos personagens. Isso gera proximidade, interesse pela história e, consequentemente, estimula o gosto pela leitura”, sustenta.
A professora Ludmila Viana compartilha o fruto de uma oficina de escrita criativa promovida por ela na Escola Estadual de Ensino Fundamental Francisco Campos, situada no bairro de Anatólia, em João Pessoa: Quem Conta um Conto... reúne textos dos alunos Adauto Martins, Gabriel Santos e Sthella Oliveira. O projeto foi realizado coletivamente pela turma.
“Eu estarei lá, representando eles, e falando sobre o processo e sobre a importância de incentivar a escrita criativa. Eles estão se sentindo muito especiais e me disseram que, depois da oficina, alimentam o sonho de serem escritores: agora sabem que é possível”, conclui.
*Matéria publicada originalmente na edição impressa do dia 03 de Outubro de 2025.