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Mostra traz 20 filmes franceses a JP

publicado: 26/11/2025 09h06, última modificação: 26/11/2025 09h06
Ex-Varilux, o Festival de Cinema Francês do Brasil começa amanhã, seguindo o mesmo formato consagrado
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Destaques desta edição: “Jovens Mães”, dos irmãos Dardenne; “O Estrangeiro”, adaptação de Camus; “Eu, que Te Amei”, sobre a relação de Yves Montand e Simone Signoret; “Maya, Me Dê um Título", animação de Michel Gondry; “13 Dias, 13 Noites” volta à retirada do Afeganistão; “A Mulher Mais Rica do Mundo”, com Isabelle Huppert | Fotos: Divulgação/ Vitrine; California; Autoral; Synapse

por Esmejoano Lincol*

Na virada de novembro para dezembro, João Pessoa recebe mais uma edição do Festival de Cinema Francês do Brasil (antigo Varilux). A mostra confirma a exibição dos 20 longas-metragens selecionados em duas redes da capital, ambas em Manaíra – o Centerplex do MAG Shopping, a partir de amanhã; e o Cinépolis no Manaíra Shopping, somente a partir do dia 4. O Cine Bangüê do Espaço Cultural, também em João Pessoa, negocia a sua participação no evento. Os títulos que abrem os trabalhos no MAG, amanhã são: Vizinhos Bárbaros; Eu, que te Amei; Mãos à Obra; e Mercato, às 20h25. Confira a programação dos filmes deste fim de semana no quadro nesta página.

Vizinhos Bárbaros tem realização de Julie Delpy (atriz da trilogia Antes do Amanhecer); ela também lidera o elenco. Uma comunidade do subúrbio francês é receptiva à vinda de um grupo de refugiados, mediante a suposta origem deles – a Ucrânia. Os moradores descobrem, então, que os expatriados são, na verdade, sírios, fato que gera uma série de conflitos. Antes deste festival, foi exibido nos festivais de Toronto e do Cairo.

Eu, que Te Amei, escrito e dirigido por Diane Kurys, mergulha na trajetória de dois astros da sétima arte – Yves Montand e Simone Signoret, interpretados, respectivamente, por Roschdy Zem e Marina Foïs. O registro biográfico acompanha o tumultuado romance da dupla ao longo das décadas e o tormento causado pelo “fantasma” de Marilyn Monroe, com quem Montand teve um caso. O lançamento de Eu, que Te Amei foi realizado numa mostra paralela do Festival de Cannes, este ano.

Mãos à Obra, de Valérie Donzelli, é inspirado na autobiografia homônima do fotógrafo Franck Courtès. Disposto a dar uma guinada na carreira, o protagonista deixa de ser artista visual para dedicar-se à literatura – processo carregado de traumas.

Mercato, os Donos da Bola (realizado por Tristan Séguéla) propõe um mergulho nos bastidores milionários do futebol europeu, a partir da visão de um empresário falido. 

O festival tem outros destaques da recente safra francesa. Um deles O Estrangeiro, novo filme de François Ozon baseado na obra-prima homônima de Marcel Camus. O longa acompanha Meursault (Benjamin Voisin), jovem alheio ao tecido social em que vive e que não se abala nem com a morte de sua mãe; tudo muda quando ele é acusado de um crime passional. O filme circulou no último Festival de Veneza. A primeira sessão está marcada para domingo (30), às 18h10.

Outro é Jovens Mães, dos irmãos Jean-Pierre e Luc Dardenne, contando as histórias de cinco mães que moram em um abrigo e que lutam por um futuro melhor para si e seus filhos. O filme esteve na seleção oficial do Festival de Cannes. Há também produções com astros franceses como Isabelle Huppert (A Mulher Mais Rica do Mundo) e Omar Sy, figurinha fácil do festival, que comparece com Fora de Controle.

As tensões políticas ganham relatos dramáticos e históricos por meio de dois títulos: 13 Dias, 13 Noites (primeira exibição sábado, às 16h25), de Martin Bourboulon, sobre a invasão do Talibã a Cabul, capital afegã, após a saída das tropas estadunidenses; e Fanon (terça, às 20h30), longa de Jean-Claude Barny, que constrói um perfil do filósofo argelino Frantz Fanon, figura determinante em meio à guerra civil nos anos 1950.

Como sempre o festival exibe um clássico. O deste ano é A Cabra, de Francis Veber, poderá ser visto em cópia restaurada no MAG, domingo,  às 14h. Neste filme de 1981, a filha de um rico empresário francês é sequestrada durante uma viagem ao México. Sem retorno da polícia, ele contrata o detetive particular Campana (Gérard Depardieu), que também mostra-se, a princípio, ineficiente.

O restante da programação pode ser conferido na página do festival.

*Matéria publicada originalmente na edição impressa do dia 26 de novembro de 2025.