Finda a oitava edição do Festival de Música da Paraíba é hora do Palco Tabajara retomar a programação na reta final de sua atual temporada. Em clima de São João se apresentam hoje no arraiá Tabajara o grupo de forró Os Fulano e o cantor e compositor Escurinho. A iniciativa cultural da Empresa Paraibana de Comunicação (EPC), com direção de Marcos Thomaz e Val Donato, acontece sempre a partir das 20h, na sala Vladimir Carvalho da Usina Cultural Energisa. Com entrada franca, o evento é transmitido pela Rádio Tabajara (105,5 FM), pelo YouTube da emissora e também pela TV Assembleia.
O cavaquista Jader Finamore conta que como quase todo grupo de forró, Os Fulano começou no terreiro de casa. Em meio a festejos de família, o primeiro passo foi dado pela dupla de irmãos Lucas Dan e Thiago Melo, que resolveram harmonizar as melodias da sanfona com o pulsar da zabumba, respectivamente. Depois se achegaram Betinho Lucena (triângulo e voz) e Jader para formar a banda, que é marcada, sobretudo, pelo tradicional forró pé de serra.
“Se a memória não falha, esta é a terceira vez ou quarta”, lembra Jader sobre as passagens da banda pelo Palco Tabajara. Uma delas se deu em 2018, quando o nome do programa ainda era Palco 105, ao lado de Antônio Barros e Cecéu, marcante para o grupo. “A Rádio Tabajara é das mais importantes do país. Não à toa empresta o nome a um dos conjuntos mais importantes do país, a Orquestra Tabajara, que se iniciou na rádio. O Palco Tabajara segue esta trajetória sendo espaço muito importante para a difusão da música produzida na Paraíba”, afirma o músico.
Com turnês programadas e um novo álbum a caminho, Os Fulano promete muita alegria, forrobodó à vontade e uma surpresa que será anunciada no palco.
O forró de Escurinho
De triângulo na mão e entoando a voz potente, Escurinho comanda parte da festa de hoje no Palco Tabajara. No forró do Escurinho, Yuri Gonzaga assume a sanfona, ladeado por Fabrizzio Formiga na zabumba e José Ilton no baixo.
Cantor, compositor e percussionista, com passagens pelo teatro como ator e criador de trilhas sonoras, Escurinho faz um som que se traduz em uma fusão de ritmos e sonoridades, como xote, baião, reggae, coco de embolada e pitadas de rock experimental. Mas hoje a noite é toda dedicada ao forró. “Por mais que a minha música tenha uma pegada mais universal, do mundão, a base dela é o Nordeste”, atesta.
Ao lado de Ester Rolim, ele rememora ter subido ao Palco em apenas uma ocasião – há cinco anos, dividindo o tablado com Cabruêra. “O Palco é massa porque reúne uma cena originalmente paraibana. É a produção dos artistas locais, com um som bom, gravado. Os artistas se sentem bem contemplados”, considera, atentando para o lado positivo da iniciativa, ao passo em que sugere a extensão do programa a músicos provenientes do interior do estado.
“Em um show de forró a gente tem uma tendência a tocar muitos clássicos do forró tradicional – teve agora a passagem do mestre Antônio Barros”, sente. “Mas eu gosto de pensar nos autorais. Eu sinto um salto da produção autoral do forró aqui da gente, sabe? Nesse meu show estou mostrando uma parte do forró do Escurinho autoral e também os clássicos. Não tem como fazer um show de forró e não tocar ‘É proibido cochilar’”, ressalta descontraído.
Envolvido em muitos trabalhos, Escurinho adianta que planeja produzir ainda este ano um álbum voltado exclusivamente para o forró. “Estou muito contente. Este show podia ser em qualquer mês do ano, mas calhou de ser em junho, mês do São João. Aí o espírito da coisa está no ar”, garante.
A atual temporada do Palco Tabajara se encerra na próxima terça-feira, com apresentações de Gitana Pimentel e Lily Sanfoneira.
Onde:
- SALA VLADIMIR CARVALHO (Usina Energisa, R. João Bernardo de Albuquerque, no 243, Tambiá, João Pessoa).
*Matéria publicada originalmente na edição impressa do dia 2 de junho de 2025.