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Premiadas no Profissionais da Música

publicado: 01/07/2025 09h28, última modificação: 01/07/2025 09h28
Em Brasília, Cátia de França foi eleita Artista do Ano e Luana Flores ganhou na categoria Beatmaker
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Catia de França | Foto: Reprodução/Instagram

por Emerson da Cunha*

Cátia de França e Luana Flores foram consagradas no último fim de semana com o 8o Prêmio Profissionais da Música (PPM), realizado na cidade de Brasília, respectivamente nas categorias Artista do Ano e Beatmaker. No ano passado, os também paraibanos Chico César e Junior Cordeiro foram indicados, mas não chegaram a ser premiados.

No caso de Cátia de França, o prêmio vem na esteira do último álbum, de 12 faixas, lançado em 2024, intitulado No Rastro de Catarina (Tuim Discos). Catarina é o nome de batismo de Cátia, e o álbum aparece como a busca de uma pela outra, por meio de experimentações entre o rock e as batidas mais “nordestinas”, como o forró.

O gibão com que aparece na capa do projeto, em posição de defensiva, mas também de ataque, é escudo e armadura para essa busca por entre aridez e abundâncias, a depender do caminho que se percorre. “Foi tudo tão espontâneo que eu nem tive tempo de ficar nervosa. Eu senti uma emoção indescritível, porque eu fui aplaudida de pé por profissionais da música, pessoas que fazem uma luta similar à minha”, disse a cantora.

Para ela, este é o diferencial. “Não era uma sala repleta de tietes. Não existia elite, separação, entendeu? Era uma alegria geral”, prossegue. “Todos os níveis, todos os fundamentos musicais estavam presentes dentro daquela sala em Brasília. O hip--hop de Pernambuco, Ave Sangria, o grupo mais barulhento e mais premiado da noite foi o Movimento Cultural de Maceió. Era uma euforia”.

Luana Flores | Foto: Natália di Lorenzo/Divulgação

Além da categoria em que venceu, a de Beatmaker, Luana Flores também havia sido indicada em duas outras categorias: Autora/compositora e Artista de Cultura Popular. A multiartista vem se destacando na produção de música eletrônica na capital, de onde é originária, em especial no encontro com os ritmos mais tradicionais e nordestinos, como o forró, o coco e o maracatu, em estética que ela define como “Nordeste futurista”. Além de beatmaker, Flores também atua como cantora, compositora, percursionista e DJ, aliando sempre na sua produção temas como gênero, sexualidade e território.

“Esse prêmio vem vinculado à trajetória no geral. Era uma categoria na qual eu era a única mulher concorrendo. Isso diz muito sobre esse universo”, salienta Flores. “Quando eu comecei nesse universo dos beats, eu não tinha referência mulher. Você vai ao rolê e quem está fazendo os beats são os caras”.

Ela lembra referências paraibanas como Chico Corrêa e Formiga Dub como professores. “Mas receber esse prêmio é reconhecimento de trajetória nacional, quebrando muitos paradigmas”, continua. “Hoje eu entendo que eu sou essa referência de beatmaker, não só na minha cidade, mas também no Brasil, em geral. E espero que a partir disso também possam surgir mais oportunidades”.

*Matéria publicada originalmente na edição impressa do dia 1° de julho de 2025.