Após mais de um ano afastada dos palcos, a jornalista e humorista Romye Schneider se prepara para reencontrar o público com o espetáculo Depois dos 50, Só Riso (classificação 16 anos), que será apresentado no Teatro Lima Penante, no Centro de João Pessoa, hoje, às 19h. Misturando humor autobiográfico, reflexões sobre o envelhecimento e histórias cotidianas, em um texto que cruza experiências pessoais e observações sobre as transformações do corpo e das relações, a peça marca a retomada das atividades cênicas da artista. Os ingressos antecipados podem ser adquiridos via Pix (9.8844.5131) por R$ 20 + 1 kg de alimento.
“Show mesmo, sozinha, o último que fiz foi em janeiro do ano passado”, recorda Romye. Nesse intervalo, ela participou de apresentações com outros humoristas, mas afirma que tornar a subir aos palcos em monólogo provoca o mesmo frio na barriga de sempre. “O que me move é isso, essa agonia”, confessa.
Apesar de já ter se apresentado em outras cidades, como Campina Grande, Pombal e Fortaleza, esta será sua terceira experiência em um teatro. O novo espetáculo tem cerca de 40 minutos de duração e encerra com sorteios de brindes oferecidos por apoiadores locais.
O ponto de partida da nova montagem, dirigida por Alessandro Barros, nasceu de uma experiência pessoal — Depois dos 50, Só Riso remete à fase de transição que viveu ao “acreditar” que estava em plena menopausa. “Fui ao médico, ele disse que ainda estava distante, mas o tratamento que fiz poderia antecipar a menopausa com todos os inconvenientes dela. Quando terminei [o tratamento], a menstruação voltou, a TPM voltou, tudo junto — até voltei a usar absorvente”, revela.
O episódio rendeu um roteiro que versa com humor acerca das oscilações hormonais (emocionais por tabela) das mulheres 50+. O espetáculo, no entanto, transborda o tema central. “É minha vida. As coisas que acontecem comigo, as relações amorosas, o cotidiano”, detalha, lembrando que a primeira versão do texto foi inscrita em projeto voltado exclusivamente para mulheres, o “Munganga”, no qual a proposta era abrir-se em roda de conversa após a apresentação.
“Ia ser um show sobre sexo, com participação de profissionais como ginecologistas e sexólogos”, conta. “Mas o interesse masculino me fez mudar de ideia. Quando soltei dizendo que ia ser só para mulheres, vários homens começaram a pedir pra ir. Aí pensei: ‘o homem convive com a mulher que está passando por tudo isso, ele também precisa entender’”.
Alternando entre o riso e o nervoso do retorno — como ela mesma diz, “fazer rir não é fácil” —, Romye Schneider volta aos tablados trazendo consigo o cotidiano feminino, suas dúvidas, contradições e ironias. “Sou jornalista, não me considero atriz, nunca fiz teatro. Eu só decidi transformar aquilo que sempre achei engraçado em algo que pudesse ser compartilhado no palco. Mas não é só sobre contar piada. Vai ter música, vai ter conversa, é um encontro mesmo”.
*Matéria publicada originalmente na edição impressa do dia 13 de novembro de 2025.