Em um momento decisivo para o diálogo climático global, durante a COP30, que aconteceu no Brasil pela primeira vez, em Belém, no Pará, a Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia, Inovação e Ensino Superior da Paraíba (Secties) participou de forma ativa levando as ações de mitigação das mudanças climáticas que vêm sendo realizadas no estado. Esta é a terceira reportagem na série especial sobre sustentabilidade e a COP30, produzida pela Assessoria de Comunicação (Ascom) da Secties para o jornal A União, que apresenta ações da Paraíba conectadas à agenda global do clima.
“A Paraíba compreendeu a importância de enfrentar a crise climática. Ao levarmos o nosso Painel de Mudanças Climáticas para a COP30, mostramos que a nossa política, realizada desde 2019 pelo governador João Azevêdo, é referência para todo o Nordeste e o mundo”, comentou o secretário da Secties, Claudio Furtado.
Ele ressaltou, ainda, sobre a representação da Secties na COP30: “Nos ajuda a encontrar caminhos, aprender com outras experiências e, ao mesmo tempo, compartilhar o que temos construído. É assim que fortalecemos o trabalho: aproximando ciência, gestão pública e as realidades locais para que cada ação chegue, de fato, a quem mais precisa”.
O Painel de Mudanças Climáticas, que já realizou quatro edições, leva a discussão sobre o tema para todas as regiões da Paraíba, conhecimento sobre o assunto e ouvindo as necessidades da população de acordo com a realidade de cada local. Essa ação de destaque foi tema durante a COP30, num espaço de discussão promovido pelo Banco Nordeste. O momento teve a participação das representantes da Secties durante o evento: a bióloga Simone Porfírio e a engenheira ambiental Maria Luísa Palitot.
A coordenadora do Painel, Simone Porfírio, destacou a importância de levar as ações realizadas na Paraíba para a COP30 e reforçou a necessidade de ampliar, ano após ano, o alcance dessa mobilização no estado.
- Ação na COP30, num espaço de discussão promovido pelo Banco Nordeste, com a bióloga Simone Porfírio e a engenheira Luísa Palitot
“Essa oportunidade de estar participando da COP30, principalmente no espaço do Consórcio Nordeste, é fundamental para a Secretaria de Ciência e Tecnologia, especialmente no painel paraibano de mudanças climáticas. Todo mundo que respira vai ser impactado por essas mudanças e deve ser informado do que é possível ser feito para amenizar. Eu acho que isso dá um destaque que faz com que portas se abram e a gente possa levar essa mensagem mais distante. A gente já conseguiu alcançar quatro mesorregiões, mas ainda precisamos ir mais além, talvez ampliar esse evento agora para as microrregiões, para poder aumentar o número de participantes, principalmente os mais distantes dos grandes centros”, disse.
Simone detalhou, ainda, as impressões positivas sobre a apresentação conjunta realizada na COP30, especialmente a participação do Projeto Preamar e da coordenadora de restauração de corais, Karina Maciel, bolsista da Fundação de Apoio à Pesquisa do Estado da Paraíba (Fapesq), que apresentou resultados de pesquisas iniciadas após sua participação no Painel Paraíba, em 2022.
“Tivemos impressões muito boas do painel. Apresentamos junto com o Preamar, em que a coordenadora de restauração de corais, Karina, trouxe seus apontamentos, a importância da conservação, do estudo prévio dos corais e também da sua restauração, além da cooperação entre diferentes estados, principalmente do Nordeste, para trocar os conhecimentos já existentes. Karina também foi fruto da apresentação no Painel Paraíba, no ano de 2022, e hoje, aqui, junto conosco, trouxe os seus resultados e a importância deles para a nossa Paraíba e para a Região Nordeste”, comentou.
Já Maria Luisa Palitot, uma das organizadoras do painel, ressaltou o caráter plural e cooperativo da apresentação: “Foi importante, dentro da apresentação do painel, a pluralidade de pessoas de diferentes estados que trouxeram suas contribuições, interessadas na governança e em como é possível ir mais além, romper fronteiras do nosso estado. Estamos aqui na COP representando a Paraíba, o Governo do Estado e, quem sabe, tendo alcance internacional, porque é onde vamos buscar novas parcerias”.
Durante o evento, pesquisadores que acompanharam o painel também destacaram o protagonismo da Paraíba. Um biólogo presente ao espaço do Consórcio Nordeste afirmou: “Vimos um painel maravilhoso, com pesquisas avançadas, em que se verifica a participação direta da comunidade. E, ainda mais importante: a interação com outros agentes, inclusive de outros estados. O Consórcio Nordeste está possibilitando isso de forma fantástica. Parabéns à Paraíba”.
Sobre o painel
A iniciativa desdobra-se em quatro etapas, que percorreram as mesorregiões do estado — Sertão (Sousa), Borborema (Monteiro), Agreste (Campina Grande) e Mata Paraibana (João Pessoa).
O painel é um espaço plural: reúne pesquisadores, estudantes, gestores públicos e representantes da sociedade civil para debater os principais desafios ambientais que afetam a Paraíba. Temas como desertificação, escassez hídrica, perda de biodiversidade e estratégias de adaptação e mitigação das mudanças climáticas foram levados a debate nas diferentes regiões.
*Matéria publicada originalmente na edição impressa do dia 23 de novembro de 2025.