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Artesãos do sistema prisional encantam no 23º Salão

publicado: 03/02/2016 17h17, última modificação: 03/02/2016 17h17
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Internos do sistema penitenciário da Paraíba são incentivados por programa do Governo do Estado

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As habilidades artesanais de internos do sistema penitenciário da Paraíba são incentivadas por programa do Governo do Estado como forma de dar ocupação e gerar tenda para as famílias dos detentos.

Durante o 23º Salão de Artesanato da Paraíba, que terminou no último domingo (31), no Espaço Cultural, em João Pessoa, o público pode ver e comprar artigos produzidos por esses internos, entre eles bonecas de pano, cinzeiros, porta-retratos, cofres em formato de casas e outros itens confeccionados em madeira e com a técnica origami (dobradura de papel).

O salão foi recorde de público e de vendas e a aceitação do artesanato vindo dos centros prisionais foi boa. As peças foram expostas em stand exclusivo, com arrecadação de R$ 1 mil, valor que será dividido e repassado aos familiares dos artesãos, ou para a compra de material que manterá a produção artesanal.

O secretário de Administração Penitenciária, Wagner Dorta, destacou a importância de fomentar a produção artesanal dentro das unidades prisionais. “Percebemos que existem várias pessoas cumprindo pena que demonstram habilidades manuais na confecção de peças artesanais, e o nosso papel é proporcionar que possam desenvolver este talento e consequentemente, sair da ociosidade e evoluir numa ação lúdica e educativa. O Salão de Artesanato proporciona a apresentação e o escoamento desta produção, por isso se torna tão importante dentro do processo de ressocialização”, disse.

A gerente executiva de ressocialização, Ziza Maia, ressaltou que a participação de internos no salão tem estimulado a produção artesanal.

“É o sexto ano em que os internos levam seu trabalho ao Salão. É um espaço que permite apresentar à sociedade o artesanato deles. A exposição e comercialização das peças valoriza a arte que também existe por trás dos muros do cárcere”, avalia a gerente. 

Para Ziza Maia, esse tipo de trabalho também contribui para a autoestima dos internos: “É mais uma ação no trabalho de retorno dos reeducandos ao convívio social”.

A interna Alcivânia Ferreira Gomes, de 35 anos, reconhece a importância de participar do Salão de Artesanato: “Agradeço a Deus e as pessoas que deram esta força. Foi mais um passo importante para a minha vida e de muitos que estão lá aprendendo. É importante a gente poder sair de um fracasso de cabeça erguida e com uma profissão na mão. Um recado que eu deixo para as outras reeducandas que queiram mudar de vida é nunca desistir, pois quando a gente realmente deseja alguma coisa, a gente consegue. Eu sou a prova real disto”.