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nada de série E

CBF vai investir mais na Série D

publicado: 19/08/2025 08h51, última modificação: 19/08/2025 08h51
Presidente da CBF descarta a criação da Quinta Divisão e foca na alocação de mais recursos nos campeonatos
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Campinense e Treze estão sem calendário nacional, em 2026, e torcem por mudanças | Foto: Estefinho Francelino/Campinense

por Danrley Pascoal*

Desde o início de julho, dirigentes do futebol brasileiro e membros da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) têm articulado propostas de melhorias para a modalidade no país. Das questões que envolvem clubes paraibanos, o principal tema é a criação de mais uma divisão nacional ou a ampliação da Série D. Samir Xaud, presidente da CBF, fez aceno contrário à criação de uma Quinta Divisão.

“Série C e Série D são totalmente pagas pela CBF. O que nós vamos fazer é investir mais nos campeonatos. Daqui a 60 dias, a CBF vai apresentar o novo calendário de 2026. […] Em nenhum momento falei no meu discurso sobre Série E. Isso foi levantado por parte da imprensa. Não vou falar sobre isso agora porque não posso. Mas nosso objetivo era melhorar nossos campeonatos. Temos alguns importantes que não eram valorizados e agora estão sendo vistos com outros olhos pela CBF”, disse Xaud, em entrevista coletiva.

De acordo com Xaud, no início de outubro, o novo calendário nacional será divulgado, já com as alterações significativas nos torneios nacionais. Até lá, rodadas de conversas devem acontecer para definir o que será feito. A tendência é de que haja um maior investimento na Série D, com ampliação do número de clubes.

A sugestão do Conselho Nacional de Clubes (CNC) é de que haja a ampliação da Série D, passando de 64 para 96 equipes. A mudança faria 156 clubes terem calendário anual nas quatro divisões do futebol brasileiro. Se ocorrer já em 2026, as mudanças não afetariam as situações de clubes paraibanos como Campinense e Treze, que não têm calendário no segundo semestre do próximo ano. 

No torneio de 96 equipes, o formato teria 16 chaves com seis clubes cada. A fase de grupos contaria com turno e returno, sendo 10 jogos para cada clube. Com o regulamento sugerido, os líderes de cada chave avançariam direto para a terceira fase, enquanto aguardariam outros 16 clubes que sairiam da segunda fase. Esta teria as equipes que ficaram em 2º e 3º colocados nos grupos. Os vencedores pegariam os primeiros colocados da primeira fase. Os times que alcançarem a terceira fase garantiriam vaga na Série D do ano seguinte, tudo ainda no campo da suposição.

Sem a Quinta Divisão, a ideia de ampliação da Série D busca viabilizar calendário para algumas das principais equipes do país. Com o atual modelo de disputa, quem participa da Quarta Divisão não tem vaga garantida na competição do ano seguinte. Todas as vagas, exceção aos quatro rebaixados da Série C, são preenchidas via Estadual. O novo formato visa premiar clubes com boa campanha na Série D, mas que não alcançaram o acesso à Terceira Divisão.

Rogério Siqueira, presidente do ASA (AL) e representante dos times da Série D no CNC, defendeu o modelo em entrevista para o site Máquina do Esporte. “O que a gente tem certeza é de que nós precisamos de uma sustentabilidade para os clubes tradicionais da Série D. Hoje, nessa formatação que temos, todos os clubes já entram rebaixados. [...] Isso, com certeza, não é o que a CBF quer, não é o que os clubes merecem. Tem que ter sustentabilidade para aqueles clubes que fazem um esforço muito grande, numa competição muito difícil como a Série D”, destacou o dirigente.

Olhar paraibano

Antes de Samir Xaud demonstrar não ser favorável à criação de uma Quinta Divisão, Arthur Bolinha, presidente do Treze, deu declaração dizendo concordar com uma nova competição nacional, ou mesmo que se amplie a quantidade de clubes na Série D. Segundo ele, toda iniciativa que amplie o acesso das equipes a um calendário mais robusto é bem-vinda. A declaração foi feita ao blog de Clinton Medeiros. Para 2026, o Galo só tem jogos confirmados em janeiro e fevereiro, correspondentes ao Campeonato Paraibano.

Michelle Ramalho, presidente da Federação Paraibana de Futebol, defendeu, em entrevistas recentes, toda e qualquer iniciativa que melhore o futebol brasileiro. Ela, que é vice-presidente da CBF, foi recentemente eleita para mais um mandato na entidade local.

*Matéria publicada originalmente na edição impressa do dia 19 de agosto de 2025.