A Paraíba conquistou um feito histórico nas Paralimpíadas Escolares 2025, encerradas na última sexta-feira (28), no Centro de Treinamento Paralímpico, em São Paulo. Além das 118 medalhas alcançadas (sendo 49 de ouro, 37 de prata e 32 de bronze), o estado somou 296 pontos, ficando como o melhor no ranking das regiões do Norte e Nordeste e o quinto colocado do Brasil. O desempenho também foi melhor que o da edição de 2024, quando a delegação estadual conquistou 104 condecorações (sendo 60 de ouro, 24 de prata e 20 de bronze).
A competição esportiva, organizada pelo Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) e pelo Ministério do Esporte, é a maior do mundo para jovens com deficiência em idade escolar (11 a 18 anos) e contou, neste ano, com 2.056 participantes. O grupo paraibano participante contou com 154 pessoas (sendo 104 competidores, e as demais divididas entre estafes, dirigentes, enfermeira e fisioterapeuta).
As disputas começaram no dia 17 de novembro, com provas de atletismo, tênis em cadeira de rodas, halterofilismo, futebol de cegos, basquete em cadeira de rodas 3×3, goalball, taekwondo e rúgbi em cadeira de rodas. A partir do dia 21, a programação teve continuidade com natação, vôlei sentado, futebol PC (paralisados cerebrais), judô, badminton, tênis de mesa e bocha. Para Gilmar Araújo, coordenador técnico da delegação paraibana, a performance do grupo estadual foi muito satisfatória.
“Tivemos um bom desempenho, independente do ano difícil, mas, mesmo assim, os professores e atletas mantiveram o treinamento, o foco, para manter o padrão de competição. Tivemos alguns destaques, como Guilherme, na natação, que, novamente, trouxe cinco medalhas; Ivan, também da natação, trouxe bastantes medalhas; tivemos Maria Eloísa, que bateu três recordes brasileiros no atletismo; José Leonel também bateu dois recordes brasileiros no atletismo. Então tivemos alguns destaques positivos”, inicia ele.
“Uma outra modalidade que esse ano superou todas as expectativas foi o parabadminton, que trouxe cinco medalhas, sendo que nunca tinha trazido medalhas nas Paralimpíadas. O tênis de mesa também trouxe seis medalhas, o que foi um destaque. O judô, como sempre, trouxe cinco medalhas, com quatro atletas; todos os atletas medalharam e um atleta trouxe duas medalhas. E tivemos o futebol de cegos como campeão geral dos jogos, até com certa facilidade; jogos bem jogados e foi muito bom o desempenho deles”, acrescentou o dirigente.
Finalizada a etapa nacional, agora os esforços voltam--se para o início de mais um ciclo, já visando à edição da competição em 2026.
“Nós temos a boa notícia que o Centro Paralímpico já está em processo final de licitação para iniciar as obras, então é um ganho bastante considerável para os próximos anos. A Paraíba só tende a crescer e continuar sendo um destaque. Esse ano nós fomos o quinto melhor estado do Brasil, mas bem próximos do segundo; se nós tivéssemos todos os esportes representados, provavelmente a gente estaria brigando ali entre o segundo e o terceiro colocado. Então vamos trabalhar para isso, não apenas no escolar, mas em outras modalidades também no adulto, para que a Paraíba continue tendo destaque e as pessoas com deficiência possam ver no esporte um local que elas possam ascender também socialmente, ter representatividade, e a sociedade ver pessoas com deficiência com menos preconceito e que a inclusão, de fato, possa estar acontecendo também através do esporte”, afirmou o coordenador.
*Matéria publicada originalmente na edição impressa do dia 2 de dezembro de 2025.