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TURISMO

Boqueirão cria festa do peixe

publicado: 03/05/2023 13h00, última modificação: 03/05/2023 13h00
Município investe na realização de evento que valoriza a pesca, a culinária e o turismo náutico
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Vocação para a pesca tem sido explorada no calendário turístico e entre os potenciais do município - Foto: Marcos Russo
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Foto: Marcos Russo
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Lajedo do Marinho é distrito de Boqueirão com atrativos desde o portal até área de trilhas, mirante com várias rochas e espaço para descanso nas tradicionais redes - Foto: Marcos Russo
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Foto: Marcos Russo
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Foto: Marcos Russo
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por José Alves*

Conhecida como a cidade das águas, das crocheteiras Top 100 do Brasil, do Lajedo do Maurício e do Açude Epitácio Pessoa, o município de Boqueirão, que comemorou domingo passado o aniversário de 64 anos de emancipação política, também quer ser conhecido como a cidade do peixe. No último final de semana, a prefeitura local realizou em parceria com o Governo do Estado, a primeira Festa do Peixe. O objetivo do evento foi valorizar a pesca, a gastronomia, o turismo náutico e o turismo de vivência e de experiência existente do município. “A finalidade foi despertar no próprio paraibano e nos turistas o interesse para que todos conheçam as belezas, as potencialidades e as riquezas naturais e culturais existentes no estado”, exaltou a secretária do Turismo e Desenvolvimento Econômico da Paraíba, Rosália Lucas.

Ela destacou ainda, que o Governo da Paraíba está implementando uma política pública cujo objetivo é desenvolver a interiorização do turismo da Paraíba com a finalidade de equilibrar a economia do desenvolvimento de todos os municípios. “Estamos na campanha para que Boqueirão que tem atualmente cerca de 18 mil habitantes, se torne a capital do peixe. Aqui no município, o alevino mais pescado no Açude Epitácio Pessoa, é o tilápia e o prato mais servido nos restaurantes da cidade é o pirão de peixe”, informou.

Com todas as potencialidades existentes em Boqueirão, o prefeito José Marcos de Freitas, está convencido de que o turismo também se tonará uma das principais fontes de renda do município. “Nós já temos como destaque a agricultura, a pesca e o artesanato. Agora vamos investir mais no turismo de trilhas e no turismo de esportes náuticos, Já que temos um grande manancial que abastece 17 municípios, além da cidade de Campina Grande”, declarou o prefeito enfatizando que a colônia de Boqueirão já conta com 400 pescadores.

Ele afirmou ainda, que a ideia da festa foi incrementar a economia local e da região, atraindo mais renda e mais qualidade de vida para os habitantes do município. “Nós também temos no município competições de motocross, as festas juninas e a festa de aniversário da cidade que atrai milhares de turistas. Eu só tenho a agradecer ao Governo do Estado pela parceria para que a primeira festa do Peixe fosse realizada com sucesso”, agradeceu o prefeito, complementando que a festa foi bastante prestigiada pelos moradores da região atraindo inclusive mais emprego e renda para o município. A primeira Festa do Peixe envolveu competições de canoagem, caiaque e Jet-Ski com a participação de competidores da Marinha do Brasil.

No Lajedo do Marinho: turismo de experiência

O cenário do Lajedo do Marinho (Distrito de Boqueirão), passou a ser a maior fonte de renda de um grupo de pequenos empreendedores que transformaram o local em um roteiro turístico. Segundo o guia do lajedo, Nadilson Valentim, no ambiente é praticado o turismo de vivência e de experiência, coordenado pela associação comunitária, que administra o local.

Valentim explicou que, no lajedo, existem três trilhas que podem ser realizadas através de agendamento: a menor para conhecimento do ambiente, com um percurso de 300 metros; a segunda que tem um percurso de 4,5 quilômetros, conhecida como a Trilha da Serra do Gavião; e a terceira, que é a mais longa, com um percurso de 6,5 quilômetros, chamada de trilha da Serra do Macaco.

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Foto: Marcos Russo

As trilhas podem ser realizadas nos turnos da manhã ou da tarde e que o público que participa das trilhas no período vespertino tem a oportunidade de visualizar o pôr do sol do lajedo. “Tudo que é arrecadado pelas trilhas é dividido com todos os trabalhadores do lajedo, inclusive, com as crocheteiras e com as famílias que produzem o doce e o mel de abelha para venda. Toda a arrecadação dos visitantes e turistas alimenta a cadeia produtiva da associação. No total, 25 famílias fazem parte da administração do lajedo.

Valentim antecipou que no local será aberto um museu arqueológico, exatamente onde foram encontradas ossadas indígenas cariris, que foram os primeiros habitantes do atual Lajedo do Marinho. Segundo historiadores, os cariris habitaram o local no ano de 1.500. E foi lá que foi encontrado um cemitério indígena, além de escrituras rupestres em cavernas. Ainda conforme historiadores, todos os indígenas que habitavam o espaço, acabaram sendo expulsos ou exterminados pelos Oliveiras Ledos que, na época, se tornaram donos do terreno.

Para o presidente da Empresa Paraibana de Turismo (PBTur), Ferdinando Lucena, o Lajedo do Marinho representa um atrativo turístico de alta relevância para o estado. Trata-se de um local que tem sido estruturado pelo Governo do Estado para ser apresentado ao Brasil, através de um trabalho focado em divulgação e promoção, no sentido de que os atrativos sejam efetivamente colocados na prateleira das grandes operadoras de turismo do país.

“O forte daqui é o ecoturismo, o turismo de aventura e de experiência, principalmente, o turismo de base comunitária, onde a própria comunidade se organiza para poder gerar a entrada de recursos em prol deles mesmos”, explicou.

Na Paraíba existem 12 regiões turísticas que vêm recebendo investimentos por parte do Governo do Estado através da Secretaria de Turismo e Desenvolvimento Econômico e da PBTur, segundo o presidente da PBTur, Ferdinando Lucena. “Nossa missão é levar a imprensa paraibana para conhecer efetivamente a Paraíba e o objetivo é darmos resultados a essa gama de atrativos, para que elas sejam apresentadas aos turistas e aos grandes meios de comunicação no sentido de gerar grandes fluxos de visitantes”, detalhou. Ferdinando disse ainda que a meta do Governo do Estado é continuar divulgando os destinos da Paraíba para o Brasil e para o mundo.

Durante as trilhas os participantes têm à disposição um ponto para descanso com dezenas de redes, além de um restaurante mantido pelos próprios moradores. Ao fazer agendamento para as trilhas os participantes podem solicitar o cardápio que eles desejam, bem como os tipos de sucos. Os visitantes também têm à disposição a área de camping para armarem suas barracas ou alugarem barracas lá mesmo. No acampamento, os visitantes podem solicitar a presença de música (cantor ou um trio pé de serra para animar a noite.

*Matéria publicada na edição impressa de 03 de maio de 2023.