“Estou muito feliz. Estou na minha casa nova!”, disse Aylla Vitória, de apenas quatro anos, abraçada ao pescoço da mãe, Rayra Souza. O sorriso inocente da menina resume o sentimento de dezenas de famílias que, na manhã de ontem, receberam as chaves do Residencial Ilha Phi Phi, localizado no bairro de Gramame, em João Pessoa, por meio do programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV), com contrapartida do Governo da Paraíba e isenção do Imposto sobre Transmissão de Bens Imóveis (ITBI) concedida pela Prefeitura da capital.
Viúva e mãe de outro filho, com dois anos, Rayra descreve a conquista como um verdadeiro recomeço. “O pai deles faleceu faz um ano e meio. Quando decidi comprar um apartamento, voltei para a casa dos meus pais para economizar com aluguel. A sensação, agora, é de gratidão — a Deus e a todos que fizeram parte desse processo. Aqui tem estrutura, tem creche por perto, tem tudo o que preciso para seguir a vida, graças a Deus”, resumiu a colaboradora do setor de hotelaria de um hospital local ao entrar no seu apartamento pela primeira vez.
O churrasqueiro Fagner Santos também celebra um novo ciclo. “Esse é o primeiro no meu nome. Eu tinha comprado um antes, com minha esposa, mas me separei. Esse aqui é o apartamento do recomeço. Estou muito feliz. Vou morar com dois filhos, um menino e uma menina. É um sonho realizado”, comemorou.
Com 44 unidades, o residencial é destinado a famílias com renda de R$ 1.320 a R$ 3 mil. Os apartamentos têm 45 m2 de área privativa, com dois quartos, sala, cozinha/área de serviço, banheiro social e uma vaga de garagem. O condomínio conta, ainda, com piscina, churrasqueira, área comum equipada e sistema de energia fotovoltaica, que promove economia e sustentabilidade para os moradores. Cerca de R$ 7,1 milhões foram investidos no empreendimento.
Suporte
A compra dos apartamentos, cujos preços variavam de R$ 168 mil a R$ 172 mil, foi facilitada por meio do subsídio de até R$ 55 mil do Governo Federal, por meio do programa Minha Casa, Minha Vida. Já o Governo do Estado injetou uma contrapartida de R$ 23 mil, utilizada para quitar ou reduzir o valor de entrada do apartamento, totalizando cerca de R$ 1 milhão em benefício dos compradores. “O importante é que o cidadão possa pagar uma prestação de menos de R$ 500, muito mais acessível que qualquer aluguel na cidade”, disse o governador João Azevêdo.
Na ocasião, o gestor lembrou, ainda, que o programa habitacional estadual já soma mais de 17 mil unidades em toda a Paraíba, com investimento superior a R$ 2 bilhões — dos quais R$ 500 milhões são de recursos próprios do Estado. “Eu entrego escolas, hospitais, estradas… mas nada se compara a entregar uma casa. Casa é onde você se recompõe. Onde você vive com quem te ama. É diferente. É criar um lar. E isso só é possível porque temos um Governo Federal comprometido, a Caixa coordenando, a Assembleia Legislativa aprovando leis importantes, a Prefeitura fazendo sua parte com a isenção do ITBI e uma equipe comprometida com o bem-estar das pessoas”, complementou o chefe do Poder Executivo.
Segundo a diretora-presidente da Companhia Estadual de Habitação Popular da Paraíba (Cehap), Emília Correia, a política habitacional tem sido focada exatamente em pessoas como Rayra e Fagner — aqueles que ganham um pouco mais que um salário mínimo, mas não o suficiente para bancar a entrada de um imóvel. “O empreendimento atendeu a uma faixa da população historicamente desassistida, que não era amparada por políticas públicas e também não tinha renda suficiente para entrar no mercado formal. Eles pagam aluguel; às vezes, conseguem arcar com a parcela de um financiamento, mas não conseguem juntar o valor da entrada. A contrapartida estadual tem resolvido isso, juntamente com o aporte do Governo Federal. Isso faz a prestação cair para um valor que esse público pode pagar”, ressaltou.
Emília Correia destacou também que novos empreendimentos devem acontecer ainda neste ano, em agosto, ampliando o alcance do programa. “Estamos trabalhando com várias faixas de renda. A ideia é que todos tenham acesso à moradia digna. E, com o apoio do Governo Estadual, vamos continuar tornando os invisíveis visivelmente felizes em seus próprios lares”, finalizou.
Gestão presente
O vice-governador Lucas Ribeiro também destacou a atuação integrada do Estado. “Já perdemos a conta de quantas unidades entregamos neste ano, em João Pessoa, Campina, Patos, Sumé… e, agora, no dia 5 de agosto, vamos entregar o Hospital da Mulher. Isso mostra que o governo está presente em todas as áreas. E, hoje, estamos aqui para dizer que vocês não estão sozinhos”, exclamou.
Para o secretário de Estado da Infraestrutura e dos Recursos Hídricos, Deusdete Queiroga, o retorno do programa Minha Casa, Minha Vida trouxe fôlego à política habitacional no país. “Durante anos, enfrentamos dificuldades, sem apoio federal, mas o governo da Paraíba criou soluções locais, como o programa Parceiros da Habitação. Agora, com o retorno do Minha Casa, Minha Vida, conseguimos fazer mais e melhor, com o financiamento da Caixa, subsídio do FGTS [Fundo de Garantia do Tempo de Serviço] e a entrada garantida pelo Estado”, comentou.
O prefeito de João Pessoa, Cícero Lucena, que também participou da solenidade, ressaltou o papel do Município na viabilização do projeto. “Fizemos a nossa parte ao isentar o ITBI, diminuindo o custo final dos apartamentos. Quando cada ente público cumpre sua função, o resultado é a realização do sonho da casa própria dentro do orçamento das famílias”, enfatizou.
*Matéria publicada originalmente na edição impressa do dia 22 de julho de 2025.