O Senado Federal promove, hoje, o encerramento das comemorações do bicentenário da Confederação do Equador. O evento conta com exposição iconográfica, seminários e lançamento de livros. A Paraíba está representada com a participação do professor e doutor Josemir Camilo, do Instituto Histórico e Geográfico da Paraíba (IHGP), que ministrará uma palestra e lançará o seu livro sobre o tema — “A Paraíba na Confederação do Equador”, publicado pela editora do Senado Federal, com a participação do IHGP.
Camilo defende uma revisão historiográfica que inclui a mudança do nome desse capítulo da história para Revolução Confederada e Constitucionalista das Províncias do Norte Oriental. “Tal mudança se faz necessária para incluir fatos e ocorrências, bem como discursos e atitudes que manifestam um caráter revolucionário”, argumentou o historiador.
Evento em Brasília
As atividades são promovidas pela Comissão Temporária Interna em Comemoração aos 200 anos da Confederação do Equador, criada em 2024, com o objetivo de conferir reconhecimento a esse importante processo histórico, exaltando seus líderes e protagonistas. No evento de hoje, às 14h, será aberta a exposição iconográfica “Confederação do Equador: uma história de luta pela cidadania”, no Salão Negro do Congresso Nacional, além do lançamento de publicações acerca do bicentenário.
Às 15h, será realizada a audiência pública, no formato seminário, com os autores e organizadores das publicações do bicentenário. Após o seminário, ocorrerá também o lançamento da produção “Outras terras, outras gentes”, que é o segundo episódio da série documental “Uma outra independência”, produzida pela TV Senado, com direção de Jimi Figueiredo.
O presidente do IHGP, Jean Patrício, salienta a importância da participação do estado nas comemorações do bicentenário.
“De forma muito ativa, muito presente, o Instituto Histórico e Geográfico da Paraíba vem dando essa contribuição para esse momento importante da nossa história”, disse.
O gestor lembrou a visita da Comissão Temporária a algumas cidades do estado e a realização de uma audiência pública, em setembro de 2024, no IHGP, da qual participaram pesquisadores e autoridades.
“Uma comissão do Senado veio à Paraíba e o nosso confrade Josemir Camilo foi a pessoa encarregada pelo instituto de fazer todas as honras. Eles também visitaram Campina Grande e outras cidades. Nós abrimos as portas do instituto para os pesquisadores e os alunos para que possam aprender mais sobre a Confederação do Equador, o que nos deixa muito satisfeitos, porque é o Instituto Histórico contribuindo com a história política e social do nosso estado”, destacou.
No dia 7, a comissão presta homenagem às autoridades, às instituições acadêmicas e às organizações culturais que contribuíram para a preservação e divulgação da história da Confederação do Equador, em sessão especial, no Plenário do Senado. O relatório final dos trabalhos da comissão está previsto para ser apresentado no dia 9 de julho.
Confederação do Equador
A Confederação do Equador é descrita como uma contestação ao poder centralizador de Dom Pedro I, que outorgou a Constituição de 1824. Províncias do Nordeste insurgiram-se contra o Governo Imperial, criando um país com um Governo Republicano, descentralizado e com a perspectiva de acabar com a escravidão. A Confederação do Equador foi proclamada em 2 de julho de 1824, liderada pela província de Pernambuco, e contou com a adesão das províncias da Paraíba, do Rio Grande do Norte e do Ceará.
O movimento durou cinco meses, até as Forças de Dom Pedro I sufocarem os rebeldes, em novembro. Seu fim foi marcado pela condenação de 31 pessoas à morte, entre elas o frei Joaquim do Amor Divino, conhecido como Frei Caneca, que foi um dos mentores do movimento e tornou-se um herói entre os revolucionários.
*Matéria publicada originalmente na edição impressa do dia 1° de julho de 2025.