O vereador Raoni Mendes (DC) defendeu, na sessão de ontem (30) da Câmara Municipal de João Pessoa (CMJP), a proibição do uso de caixas de som portáteis nas praias da capital paraibana. Para o parlamentar, a experiência das praias pessoenses como patrimônio natural e cultural da cidade tem sido prejudicada pelo excesso de ruído desses equipamentos.
De acordo com o vereador, o direito coletivo precisa se sobrepor ao direito individual. “A poluição sonora não é apenas um incômodo, é uma agressão à saúde física e mental das pessoas. Um barulho intenso e constante causa estresse, ansiedade, dificuldades de concentração e até problemas auditivos. As praias deveriam ser espaços de descanso e contemplação. Essa realidade gera um conflito direto entre o direito de alguns que se divertem e o de muitos desfrutarem do silêncio e da paz. Todos temos o direito de aproveitar os espaços públicos, mas esse direito precisa ser exercido com responsabilidade e respeito ao próximo”, enfatizou.
O parlamentar reforçou que a proposta de proibição não seria uma forma de coibir a alegria, a música e a descontração, mas buscaria permitir a pluralidade de experiências no espaço público. “Quem quiser ouvir sua música pode fazê-lo com seus fones de ouvidos, em sua casa, no seu carro, nas festas ou em espaços adequados. Mas a praia, esse bem coletivo, precisa ser protegido para que todos tenham a oportunidade de vivenciá-la de forma saudável e respeitosa”, sugeriu Raoni, salientando que diversas cidades turísticas do Brasil e do mundo já adotaram essa medida, a exemplo de Florianópolis e do Rio de Janeiro.
O vereador destacou, ainda, que a proibição é também uma forma de valorizar o turismo. “O visitante que chega aqui procura não apenas o sol e o mar, mas também a qualidade de vida, hospitalidade, organização. Uma praia barulhenta, desordenada e conflituosa não fortalece a imagem da cidade, pelo contrário, afasta os turistas e prejudica nossa economia”, afirmou.
Para ele, a proteção das praias implica resguardar a identidade da capital e cuidar da imagem, da saúde, da cultura e da convivência social. “Pode parecer uma medida simples, mas é um avanço cultural e civilizatório que nos coloca em sintonia com cidades que souberam compreender que o lazer coletivo deve estar acima do interesse individual e do gosto particular”, defendeu.
“Reafirmo aqui meu compromisso com uma João Pessoa que valoriza a convivência saudável, respeita as diferenças e protege o patrimônio ambiental. Convido meus colegas vereadores, a sociedade civil e todos os cidadãos a se unir a essa iniciativa, a fim de entregar às futuras gerações praias mais limpas, seguras, tranquilas e silenciosas, onde cada um possa encontrar o que procura: descanso, convivência ou apenas o simples e maravilhoso som das ondas do mar”, concluiu Raoni Mendes.
Audiência vai discutir a situação do Clube Cabo Branco
Também na sessão ordinária de ontem, o vereador Marcos Henriques (PT) convidou a população a participar de uma audiência pública que será realizada na próxima sexta-feira (3), a partir das 9h, para discutir a situação do Clube Cabo Branco, que está em um impasse judicial devido à suspeita de fraude na venda de um terreno, o que tem gerado um litígio envolvendo a diretoria anterior e a atual gestão.
“Vamos nos irmanar para defender esse clube, que é responsável por várias atividades culturais. O Clube Cabo Branco faz parte da história não só de João Pessoa, mas da Paraíba. Vamos tentar resolver este problema para que o Clube Cabo Branco possa seguir firme na divulgação do esporte e da cultura de nossa cidade”, ensejou.
Bolsa Família
Além disso, o parlamentar usou sua fala para destacar que mais de 28 mil paraibanos conquistaram o aumento da renda familiar, devido a diversos motivos, como incentivos ao empreendedorismo. Tendo com base uma matéria do jornal A União, o parlamentar deu destaque ao programa Eu Posso, do Governo Municipal.
“Quero destacar essa matéria que vi ontem no jornal A União, que traz a informação de que cada vez mais paraibanos deixam o Bolsa Família. O aumento de renda motivou a retirada de 28 mil pessoas do programa social, em julho. Devemos comemorar que o Governo Federal está fazendo sua parte”, afirmou.
O parlamentar enfatizou que, para muitos ex-beneficiários do Bolsa Família, o empreendedorismo tem sido um caminho, sendo o acesso ao microcrédito um dos pilares para viabilizar essa mudança. De acordo com ele, a matéria cita que, em João Pessoa, o programa municipal Eu Posso oferece crédito a pequenos negócios, formais e informais, com o objetivo de fomentar a economia local e incluir trabalhadores informais no sistema financeiro.
“O programa busca incluir no sistema financeiro pessoas que, normalmente, ficam de fora, como os trabalhadores informais e os microempreendedores. Programas como este fomentam a melhoria na renda dos cidadãos. Esses números me alegram, porque estão em consonância com a macropolítica de nosso país”, destacou.
Ainda de acordo com Marcos Henriques, os cancelamentos de benefícios concentraram-se, principalmente, nas regiões Nordeste (39%) e Sudeste (34%). Ele ainda citou que, segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), 80% das novas vagas de trabalho criadas no país, durante o primeiro semestre deste ano, foram ocupadas por pessoas inscritas no Cadastro Único (CadÚnico), principal ferramenta de identificação de famílias em situação de vulnerabilidade social.
*Matéria publicada originalmente na edição impressa do dia 1º de outubro de 2025.