Em 10 anos, a Paraíba teve um aumento de 5,9% na quantidade total de pessoas ocupadas no comércio, que partiu de 121.378, em 2014,e subiu para 128.573 pessoas ocupadas, em 2023. Em relação a 2022, quando esse total era de 130.044 pessoas ocupadas, houve recuo no indicador, de 1,1%. As informações são da Pesquisa Anual do Comércio (PAC), divulgada, ontem, pelo IBGE.
O segmento que apresentou maior crescimento, tanto em termos absolutos quanto relativos, foi o comércio por atacado, que passou de 19.910 pessoas ocupadas, em 2014, para 24.228, em 2023, uma variação de 21,7%. Em relação a 2022 (21.243 pessoas), a alta foi de 14,1%.
O comércio de veículos, peças e motocicletas também cresceu em relação a 2022, passando de 10.646 para 11.715 pessoas ocupadas, em 2023, o que representa um crescimento de 10% em um ano. No comparativo com 2014 (10.743 pessoas), houve igualmente alta, de 9%.
Já o comércio varejista, embora continue sendo o principal empregador do setor, apresentou uma queda de 5,6% no número de pessoas ocupadas, que retrocedeu de 98.155 no ano anterior, para 92.630 em 2023. Quando comparado a 2014 (90.725 pessoas ocupadas), houve aumento (2,10%), porém bem menor que os observados nos outros segmentos.
Em termos relativos, o comércio varejista teve uma perda de participação de 2,7 pontos percentuais (p.p), recuandode 74,7% do total de pessoas ocupadas no comércio estadual em 2014, para 72% em 2023. Por outro lado, o comércio por atacado aumentou sua representatividade de 16,4% para 18,8% (2.4 p.p.), no mesmo intervalo de tempo, mantendo-se como o segundo segmento com maior ocupação no setor. Já o segmento de veículos, peças e motocicletas apresentou uma variação positiva menor, passando de 8,9% para 9,1% de participação no total de pessoas ocupadas no setor.
Remuneração
No que se refere aos salários, retiradas e outras remunerações no setor do comércio, a Paraíba apresentou gastos de R$ 3,28 bilhões em 2023, o que representa uma participação 6,8% do comércio da região Nordeste (R$ 48,55 bilhões) e 0,9% do total nacional (R$ 352,66 bilhões). Na comparação regional, o estado ocupa a quinta posição em participação, atrás da Bahia (27,7%), Pernambuco (20,5%), Ceará (14,7%) e Maranhão (9,1%).
Sobre os segmentos do comércio da Paraíba, a distribuição percentual ao longo do tempo mostra uma redução do varejo. Em 2014, o comércio varejista concentrava 66,3% da massa salarial do comércio paraibano; já em 2023, essa participação recuou para 65,5%, uma variação de -0,8 p.p.
O segmento de veículos, peças e motocicletas também apresentou queda de participação, passando de 11,3% em 2014 para 10,6% em 2023 (-0,7 p.p.). No sentido oposto, o comércio por atacado ampliou sua contribuição de 22,4% para 23,9%, no mesmo período (1,5 p.p.).
Em 2023, o salário médio mensal pago pelas empresas comerciais na Paraíba foi de 1,5 salários mínimos, similar à média regional. Ao analisar por segmento do comércio, observa-se que a melhor remuneração foi registrada no comércio por atacado, com média de 1,9 salários mínimos, seguido pelo comércio de veículos, peças e motocicletas, com 1,7 salários, enquanto o comércio varejista apresentou o menor valor, com 1,4 salários mínimos.
No Brasil, a média salarial foi superior, alcançando 2,0 salários mínimos mensais. Essa diferença torna- se mais evidente no comércio por atacado, que, embora registre 1,9 salários na Paraíba e no Nordeste, atinge 2,9 salários em média no Brasil.
*Matéria publicada originalmente na edição impressa do dia 8 de agosto de 2025.