O Governo Federal anunciará, na semana que vem, o novo programa que garantirá gás de cozinha gratuito a famílias de baixa renda. O Gás do Povo substituirá o Gás para Todos e deve atender cerca de 17 milhões de famílias. A informação é do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em entrevista ao programa Balanço Geral, da TV Record Minas, ontem.
Lula cumpre agenda em Minas Gerais, hoje, em Contagem e Montes Claros. “E na semana que vem eu volto a Belo Horizonte para ir no Aglomerado da Serra anunciar o programa chamado Gás do Povo. É um programa de financiamento de gás para as pessoas mais pobres do país, que não vão pagar mais pelo gás, vão receber o gás gratuitamente”, anunciou o presidente.
O programa visa garantir, às famílias de baixa renda, o acesso ao botijão de gás de cozinha (GLP), em vez de apenas transferir um valor baseado no preço médio nacional.
O benefício é destinado a famílias inscritas no Cadastro Único (CadÚnico), com renda igual ou inferior a meio salário mínimo. Atualmente, são contempladas cerca de 5,6 milhões de famílias, número que, segundo o governo, deverá chegar a mais de 20 milhões. De acordo com o ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa, para o ano que vem, estão previstos R$ 13,6 bilhões em recursos.
Cada família beneficiada recebe, no modelo atual, R$ 108 a cada dois meses. O valor corresponde a 100% do preço médio do botijão de gás de cozinha (GLP) de 13 kg. Com a mudança, as famílias ganharão um vale crédito, explicou o ministro na última quarta-feira (27), durante o programa Bom Dia, Ministro, produzido pela Empresa Brasil de Comunicação (EBC).
“Elas [as famílias] receberão uma espécie de vale-crédito [a ser usado em distribuidoras cadastradas de revenda] para comprar o gás, bastando apresentar o CPF”, destacou o ministro.
No modelo atual, o benefício é apenas um subsídio financeiro. O problema, segundo o ministro, é que esse valor fixo, que supostamente equivaleria à média do preço nacional, não é suficiente para comprar o botijão de gás em muitos casos.
Petista está pronto para negociar tarifaço
Agência Estado*
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou, ontem, que “o Lulinha paz e amor” vai estar disponível para conversar quando o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, quiser falar sobre o tarifaço. O petista criticou o comportamento do mandatário americano e disse que não há mais espaço para “imperador” no mundo. As declarações também foram feitas durante entrevista ao programa Balanço Geral MG, da Rede Record.
“Ninguém pode dizer que eu não quero negociar. O problema é que os americanos não querem negociar. São três ministros de alto nível para negociar (Geraldo Alckmin, Fernando Haddad e Mauro Vieira). Só que ninguém dos Estados Unidos quer conversar”, afirmou Lula. “O presidente americano se acha dono do planeta. Ele acha que pode afirmar o que ele quiser e os outros têm que obedecer. E ficam dizendo: ‘Ah, o Lula tinha que ligar’. Eu não“.
O presidente afirmou que “há muito tempo aprendeu a andar de cabeça erguida” e que “um homem digno não rasteja diante de outro”. Também ressaltou que o presidente americano sequer lhe enviou uma carta e ainda criticou o governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), pelas declarações que este havia feito contra ele.
“Se ele estudasse um pouco, se ele deixasse de querer ser um falso humilde e bater o pé na verdade, ele ia saber que nós temos outro mecanismo para vender nossos produtos”, continuou Lula. “No começo do século, as exportações americanas significavam 20% das exportações brasileiras. Hoje significam 12%. Desses 12%, só 4% foram taxados, sabe, acima da média”.
O petista afirmou ainda que o comércio brasileiro com a China é o dobro do realizado com os Estados Unidos — são US$ 160 bilhões contra US$ 80 bilhões. Segundo ele, enquanto a relação com os chineses gera um superávit de mais de US$ 30 bilhões, com os norte-americanos o saldo é deficitário, acumulando, em 15 anos, cerca de US$ 410 milhões em perdas.
*Matéria publicada originalmente na edição impressa do dia 29 de agosto de 2025.