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Marmitas congeladas são alternativas às quentinhas

publicado: 09/09/2025 08h44, última modificação: 09/09/2025 08h44
Serviço ganha espaço com cardápios saudáveis e preços abaixo do delivery
2025.08.28 Marmitas congeladas © Julio Cezar Peres (2).JPG

Empresa garante validade de até 90 dias do produto no freezer sem perda de qualidade | Foto: Julio Cezar Peres

por Maria Beatriz Oliveira*

Na correria do dia a dia, é cada vez mais raro encontrar quem consiga parar no horário do almoço para preparar uma refeição caseira com calma. Com a rotina cada vez mais acelerada, cresce a procura por marmitas congeladas como alternativa prática e saudável às refeições fora de casa ou ao delivery. O modelo de negócio ganha força ao oferecer cardápios variados que aliam conveniência e qualidade.

Algumas empresas apostam em um diferencial competitivo ao incluir o acompanhamento de nutricionistas, entregando refeições equilibradas e prontas para atender consumidores cada vez mais exigentes. Além disso, a possibilidade de armazenar os kits por períodos semanais, quinzenais ou até mensais amplia a praticidade e garante previsibilidade no planejamento da alimentação — fatores que consolidam as marmitas congeladas como um mercado em expansão.

Modelo de negócio

Um exemplo desse movimento é o Sabor na Medida, empreendimento fundado em Campina Grande, no início de 2025, pela chef de cozinha Maria de Farias e pelo nutricionista Felipe Abrantes. A dupla tem conquistado clientes ao oferecer pratos bem elaborados e porções na medida certa. A maioria dos clientes da empresa opta por contratar o serviço para períodos de 15 dias.

Maria de Farias é a chef responsável pelo preparo

Segundo Maria, o público é formado, principalmente, por pessoas que moram sozinhas, passam a maior parte do dia trabalhando e não dispõem de tempo para cozinhar. “São clientes que valorizam a praticidade de já ter tudo pronto no congelador para a semana inteira, mas que também querem algo nutritivo e saboroso”, explica.

A chef destaca ainda as vantagens em relação às quentinhas tradicionais. Diferente dos pedidos diários em restaurantes ou aplicativos, as marmitas congeladas podem ser personalizadas de acordo com preferências e restrições alimentares de cada um, além de evitarem o gasto de tempo com deslocamentos ou pedidos por delivery.

Outro ponto que pesa na escolha é o bolso. Maria compara: “Uma quentinha custa em torno de R$ 20. Somando a taxa de entrega, que fica em média R$ 5, o valor chega a R$ 25 por dia. No fim do mês, isso passa de R$ 700. Já o nosso plano mensal de marmitas congeladas sai por volta de R$ 600”, calcula.

As marmitas do Sabor na Medida são feitas três vezes por semana e entregues na residência de cada consumidor. Com tamanhos que variam de 500 a 750 gramas, o cardápio é amplo e inclui pratos que já se tornaram os favoritos do público, como risoto de carne de sol, macarrão à bolonhesa, frango à parmegiana e escondidinho de batata.

Entre os destaques, Maria cita a lasanha, preparada com massa fresca e integral feita por ela mesma. “Isso faz toda a diferença quando comparado às massas prontas de supermercado, e os clientes percebem esse cuidado”, ressalta a chef.

Cliente do Sabor na Medida desde janeiro, quando o negócio começou, Kaio Borges afirma que a adaptação às refeições congeladas foi simples e positiva. “Na verdade, uniu o útil ao agradável. Eu não tinha tempo para cozinhar, acabava comendo qualquer besteira na rua e agora estou me alimentando de forma muito mais saudável. Foi uma escolha que fiz tanto pela saúde quanto pela praticidade”, relata.

Desafios

Para Maria, um dos principais desafios do setor é desconstruir a ideia de que só a comida preparada na hora é gostosa. “Quando os processos e técnicas de preparo e congelamento são feitos corretamente, é possível armazenar refeições no congelador por até 90 dias, sem perder qualidade. Eu, realmente, acredito que essa é a comida do futuro, porque as pessoas estão cada vez mais ocupadas, mas ao mesmo tempo mais preocupadas com a saúde”, afirma a chef.

*Matéria publicada originalmente na edição impressa do dia 9 de setembro de 2025.