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Paraíba mantém liderança na produção de mangaba

publicado: 26/09/2025 09h04, última modificação: 26/09/2025 09h04
Mais de 900 toneladas da fruta foram colhidas no estado em 2024, aponta IBGE
Mangaba © Ortilo Antonio (2).JPG

Pequenos produtores fornecem a safra à agroindústria para fabricação de polpas | Foto: Ortilo Antônio/Arquivo A União

Apreciada pelo suco com sabor marcante, que combina doçura e leve acidez, a mangaba tem forte presença nos tabuleiros costeiros paraibanos. Não à toa, a Paraíba é líder na produção extrativista da fruta, que em 2024 alcançou 914 toneladas (t) — um crescimento de 572,1% em 10 anos, mesmo com a queda de 4,3% em relação a 2023. Os dados são da Pesquisa da Extração Vegetal e da Silvicultura (PEVS), divulgados, ontem, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O estado está à frente do Rio Grande do Norte (641 t), de Minas Gerais (330 t) e de Sergipe (308 t). Em nível municipal, os maiores produtores são Rio Tinto, com 305 toneladas, seguido por Baía da Traição (285 t) e Marcação (180 t), todos no Litoral Norte.

A colheita extrativista é a retirada de produtos da natureza sem a necessidade de plantio. De acordo com o gerente-executivo de Produção Agropecuária da Secretaria de Desenvolvimento da Agropecuária e da Pesca da Paraíba (Sedap-PB), José Otávio Targino, os principais beneficiados no estado são os pequenos produtores. “Na época de safra, eles colhem a mangaba e a destinam à agroindústria de polpas, fortalecendo a cadeia produtiva e contribuindo para sua permanência no campo”, explica.

Umbu

Já a produção de umbu apresentou o crescimento mais expressivo no período de 10 anos, de 2.775,5%, saindo de 80 toneladas em 2015 para 2.302 toneladas em 2024, com destaque para o forte avanço ocorrido a partir de 2022, quando superou a barreira de 1,8 mil toneladas. Em relação a 2023, o crescimento da produção de umbu foi de 7,4%.

Uma nova variedade da fruta impulsionou o aumento. “Apesar da tradição extrativista, alguns pequenos produtores estão cultivando o umbu gigante, desenvolvido pela Embrapa, com frutos maiores e mais suculentos, com qualidade da polpa superior, muito usada para fazer geleias”, comentou.

A Paraíba é o terceiro maior produtor de umbu do país, atrás apenas da Bahia (5.831 t) e de Minas Gerais (5.655 t). Os municípios do estado com os maiores índices de extração foram Juazeirinho, com 450 toneladas, acompanhado por São Vicente do Seridó (422 t) e Olivedos (350 t).

Silvicultura

A silvicultura — manejo de florestas de forma planejada, que visa à produção sustentável de madeira, carvão vegetal, entre outros recursos, ao mesmo tempo em que busca preservar o solo, a água e a biodiversidade — mostrou sinais de recuperação no estado. O valor de produção passou de R$ 258 mil, em 2023, para R$ 1,37 milhão, em 2024, uma variação de 432,6% em apenas um ano.

O gerente-executivo da Sedap-PB esclarece que o aumento ocorreu devido ao crescimento na produção de eucalipto pelos produtores de cana-de-açúcar. “Eu acredito que a tendência é continuar crescendo nos próximos anos”, pondera.

Porém, mesmo considerando valores nominais (não deflacionados), o valor da produção da silvicultura paraibana caiu 85,3% em uma década, passando de R$ 9,36 milhões em 2015 para R$ 1,37 milhão em 2024.

No país, em 2024, as florestas brasileiras geraram R$ 44,3 bilhões, alta de 16,7% frente a 2023 e de 140% em relação a 2019. A silvicultura respondeu por 84,1% (R$ 37,2 bilhões) do total, enquanto o extrativismo vegetal ficou com 15,9% (R$ 7 bilhões). Desde 1998, a produção silvícola supera a extrativa.

*Matéria publicada originalmente na edição impressa do dia 26 de setembro de 2025.