No início deste mês, Esmeralda Silva começou a pesquisar os preços do presente que pretende comprar para o filho, Maurício, de 8 anos, em comemoração ao Dia das Crianças. Ela conta que o garoto gostaria de receber um boneco de super-herói ou uma pista de carrinhos. A mãe definiu um orçamento para a data deste ano.
“Além do presente, costumamos fazer um passeio, que também tem seu custo. A minha ideia era gastar, com brinquedos, em torno de R$100, ou até um pouco menos, mas pelos preços que tenho visto, acho que posso acabar gastando um pouco mais, até quase R$180. No ano passado, eu gastei bem menos”, relatou.
Durante a busca por presentes, Esmeralda percebeu que alguns brinquedos ficaram mais caros em relação ao ano passado, enquanto outros mantiveram os preços. Mas será que essa percepção corresponde à realidade?
De acordo com levantamento realizado, neste mês, pelo Setor de Pesquisa e Estatística do Procon-PB, a boneca Baby Alive Hora do Xixi, da Hasbro, apresentou variação de 60,02%: de R$ 99,98, no Carrefour de Cabedelo e nas Lojas Americanas, a R$ 159,99, nas lojas Ri Happy e Le Biscuit, em Manaíra. Em 2024, o mesmo brinquedo custava de R$ 85,98 a R$ 199,90, uma diferença superior a 100%.
Entre os bonecos, o Olympus Spider-Man, também da Hasbro, teve variação de 33,34% — de R$ 59,99, nas Lojas Americanas, a R$ 79,99, na Le Biscuit e na Ri Happy. No ano passado, os preços iam de R$ 59,99 a R$ 119,99, resultando em uma variação percentual maior.
Já entre os jogos, o clássico Banco Imobiliário, da Estrela, registrou variação de 28,66% neste ano, com preços entre R$ 139,90 (Atacadão dos Presentes, em Cabedelo) a R$ 179,99 (Ri Happy, Manaíra Shopping). Em 2024, o jogo custava menos no geral, mas apresentava variação mais alta, de 88,90%, com valores entre R$ 89,99 e R$ 169,99 — uma diferença de R$ 80 entre os estabelecimentos.
Consumo
A pesquisa de Intenção de Compras da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), em parceria com a Offerwise Pesquisas, revela que 70% dos consumidores brasileiros pretendem comprar presentes, com um gasto médio de R$ 297. Para 76% dos entrevistados, pesquisar preços antes de comprar é prioridade, reflexo direto da percepção de que 62% dos produtos estão mais caros.
Ainda segundo o levantamento, 37% dos entrevistados pretendem gastar mais neste ano. Já 12% dos consumidores devem reduzir os gastos, principalmente por causa da necessidade de economizar e das dívidas em atraso.
Em João Pessoa, o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), Nivaldo Vilar, acredita que a data deve movimentar as lojas de brinquedos, roupas infantis e calçados, além de supermercados e lojas de departamento. “Esperamos um bom movimento nas lojas físicas. O consumidor está mais atento à qualidade e à segurança dos produtos, mas não deixa de comprar”, afirma.
Os produtos mais procurados refletem a combinação entre utilidade e desejo das crianças. Roupas e calçados lideram as intenções de compra de 43% dos consumidores, seguidos por bonecas e bonecos, para 36%, e jogos educativos ou de tabuleiro, para 26%. Em média, cada consumidor deve adquirir 2,3 presentes.
*Matéria publicada originalmente na edição impressa do dia 08 de Outubro de 2025.