O Produto Interno Bruto (PIB) da Paraíba avançou 3% em 2023, segundo dados divulgados, ontem (14), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado ficou acima da média do Nordeste (2,9%) e igual ao desempenho nacional, que cresceu iguais 3% naquele ano. Todas as 27 unidades da Federação registraram aumento no período.
O PIB nominal paraibano atingiu R$ 96,96 bilhões, o que representa R$ 10,9 bilhões a mais que em 2022. Com isso, o estado manteve-se na sexta posição do ranking nordestino. Segundo os dados do IBGE, o crescimento ocorreu de forma equilibrada entre os três grandes setores econômicos: Agropecuária, Indústria e Serviços.
A Agropecuária foi o destaque do ano, com expansão de 6%, acima da média regional (4,6%). A Indústria cresceu 3,9%, resultado superior às médias nacional (1,7%) e nordestina (1,4%). Já o setor de Serviços, o maior componente do PIB estadual, avançou 2,95%.
O governador João Azevêdo comemorou os números e destacou o efeito das políticas adotadas pelo Executivo. “A eficiência da nossa gestão fiscal e financeira e a segurança jurídica que oferecemos têm atraído cada vez mais investidores para o nosso estado, resultando em números positivos, como os divulgados hoje [ontem] pelo IBGE, uma demonstração de que estamos no caminho certo. O reflexo disso são mais empregos gerados, mais oportunidades para o povo paraibano, crescimento do varejo, assegurando a melhoria da qualidade de vida da população”, declarou.
Economista e professor da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), Cássio Bessaria chama a atenção para o comportamento da Agropecuária, que tem ganhado mais espaço na fatia do PIB do estado. “No Brasil como um todo, o setor de Serviços é aquele que tem maior representatividade. O que a gente vê aqui, por exemplo, olhando os dados da Paraíba, é que, diferentemente dessa grande participação, o que mais cresceu aqui foi o setor agropecuário”, afirmou.
Ele avalia que parte do desempenho atual pode estar ligada a melhorias estruturais. Bessaria explica que perspectivas favoráveis e estabilidade são fatores que fortalecem a atividade produtiva. “O que garante um crescimento são questões de perspectivas. Quando a gente tem um contrato de longo prazo, atividades de longo prazo, isso garante uma economia aquecida”, pontuou. Segundo ele, estabilidade fiscal, custos de acesso e maior competitividade recente do estado também influenciam o ambiente econômico.
Na comparação com os estados vizinhos, a Paraíba manteve sua participação de 6,5% no PIB do Nordeste. Bessaria observa que o desempenho relativo tem sido impulsionado por investimentos públicos e privados. “A Paraíba vem ganhando espaço aí dentro desse contexto, dado esse crescimento nos investimentos, tanto público quanto privado, e nos gastos governamentais. Quando as expectativas são melhores, isso acaba influenciando o emprego, a renda e o consumo”, afirmou.
O levantamento do IBGE mostra que, de 2010 a 2023, o PIB real da Paraíba acumulou alta de 26,9%, acima das médias do Nordeste (16,9%) e do Brasil (15,1%). No panorama nacional, os maiores crescimentos em 2023 ocorreram no Acre, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Tocantins e Rio de Janeiro. Outras seis unidades do Nordeste — Piauí, Ceará, Pernambuco, Sergipe e Bahia — tiveram variações inferiores à média brasileira de 3,2%.
O estudo também aponta que o Nordeste manteve sua participação de 13,8% no PIB nacional, enquanto Centro-Oeste e Norte registraram os maiores avanços ao longo de 2002 a 2023. O Sudeste foi a única região a perder participação no período.
*Matéria publicada originalmente na edição impressa do dia 15 de novembro de 2025.