Depois de nove meses seguidos de alta, os preços dos alimentos apresentaram queda em junho e ajudaram a fazer o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) — também conhecido como prévia da inflação oficial — fechar em 0,26%.
Os dados foram divulgados, ontem, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Esse resultado representa o quarto mês seguido de desaceleração, ou seja, a inflação está perdendo força.
Veja o comportamento do IPCA-15 desde fevereiro, quando foi apurado o maior índice do ano: fevereiro: 1,23%; março: 0,64%; abril: 0,43%; maio: 0,36%; junho: 0,26%. O resultado de junho também deixa o IPCA-15 abaixo do registrado no mesmo mês do ano passado (0,39%). No acumulado de 12 meses, o índice soma 5,27%.
Influências
Dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados pelo IBGE, sete apresentaram alta em junho. Além da Alimentação, o outro grupamento com recuo nos preços foi Educação (-0,02%).
Entre os que tiveram alta, a maior pressão veio da Habitação, que subiu 1,08%, representando impacto de 0,16 ponto percentual (p.p.) no IPCA-15. Os outros índices fora: Vestuário: 0,51%; Saúde e Cuidados Pessoais: 0,29%; Despesas Pessoais: 0,19%; Artigos de Residência: 0,11%; Transportes: 0,06%; Comunicação: 0,02%; Alimentação e Bebidas: -0,02%; e Educação: -0,02%.
O grupo habitação foi influenciado pelo subitem Energia elétrica residencial — o que mais contribuiu para a inflação dentre todos os 377 produtos e serviços pesquisados pelo IBGE.
A conta de luz nos lares ficou 3,29% mais cara (impacto de 0,13 p.p.) por causa da incorporação da bandeira tarifária vermelha patamar 1, com a cobrança adicional de R$ 4,46 na fatura a cada 100 quilowatts/hora (kWh) consumidos, que passou a vigorar em junho.
Impactos negativos
Dos quatro principais impactos negativos no índice, três são subitens do grupo Alimentação: Tomate: -7,24% (-0,02 p.p.); Ovo de galinha: -6,95% (-0,02 p.p.); Arroz: -3,44% (-0,02 p.p.).
As frutas ficaram 2,47% mais baratas. A Cebola (9,54%) e o Café moído (2,86%), por outro lado, subiram.
A deflação dos alimentos em junho é a primeira desde agosto de 2024, quando os preços tinham caído 0,80%. Desde então, foram nove meses de alta, tendo o pico sido atingido em dezembro (1,47%). Em maio, a elevação foi 0,39%.
A Gasolina, subitem que tem o maior peso na cesta de preços apurada pelos pesquisadores, recuou 0,52%, tirando 0,03 p.p. do IPCA-15. O grupo Combustíveis como um todo recuou 0,69%: Óleo diesel (-1,74%); Etanol (-1,66%); Gasolina (-0,52%); e Gás veicular (-0,33%).
*Matéria publicada originalmente na edição impressa do dia 27 de junho de 2025.