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Rebanhos bovinos crescem 40%, em 20 anos, no estado

publicado: 19/09/2025 09h10, última modificação: 19/09/2025 09h10
São 1,47 milhão de cabeças de gado na PB; no Brasil, o efetivo é de 238,2 milhões
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País registrou, em 2024, o segundo maior patamar da série histórica, iniciada em 1974 | Foto: Arquivo A União

por Emerson da Cunha*

A Paraíba teve aumento de 40% nos seus rebanhos bovinos, no período de 2005 a 2024, pulando de cerca de um milhão para 1,47 milhão de cabeças em todo o território do estado. No Brasil, o efetivo bovino atingiu 238,2 milhões de cabeças em 2024, o segundo maior da série histórica, iniciada em 1974. Os dados foram divulgados, ontem, como resultados da Pesquisa da Pecuária Municipal (PPM) realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

No recorte estadual para o mesmo período, o número de caprinos também cresceu, saltando de 657 mil para 849 mil (29%). Já o de ovinos passou de 411 mil para 842 mil (104%). Enquanto o de suínos, foi de 145 mil a 317 mil (118%). Além disso, o ano de 2024 registrou o maior patamar da série histórica da Paraíba.

Comparativos

Os números também seguiram positivos na comparação entre 2023 e 2024. O rebanho bovino expandiu 4,3%; o caprino teve alta de 2,7%; o ovino subiu 3,7%; o suíno, 5%; o equino, 6,2%; e o bubalino, 6,7%.

Considerando os efetivos municipais, os três maiores rebanhos de bovinos estão em Pombal (29,3 mil cabeças), Sousa (26,9 mil) e Paulista (25,7 mil). Para o rebanho suíno, Queimadas (11 mil) aparece em destaque, acompanhada por Barra de Santana (7,7 mil) e Campina Grande (7 mil). Em relação aos ovinos, Sumé lidera com 32,3 mil cabeças, seguida de Monteiro (29,6 mil) e Barra de São Miguel e Barra de Santa Rosa (ambos com 25 mil cada). Os dados envolvidos na pesquisa são obtidos pela Rede de Coleta do IBGE, em consulta a entidades públicas e privadas, produtores, técnicos e órgãos ligados à agropecuária.

Iniciativas de apoio

“São políticas públicas do governo que estão aumentando muito o rebanho”, opina o gerente-executivo de Produção Agropecuária da Secretaria Estadual do Desenvolvimento da Agropecuária e Pesca (Sedap), José Otávio Targino. Ele ainda argumenta que o número do rebanho bovino, no estado, pode ser até maior. De acordo com a Defesa Agropecuária do estado, seria algo em torno de 1,6 milhão de cabeças de boi.

“A Paraíba, hoje, conseguiu o status de zona livre de febre aftosa sem vacinação. O Programa do Leite está no Programa de Aquisição de Alimentos pelo governo, que favorece principalmente os pequenos produtores. Há a certificação das queijeiras. Tudo isso tem levado o produtor rural a acreditar na atividade. E são políticas públicas continuadas ao longo desse tempo todo. Inclusive, o Governo do Estado está assumindo 100% o Programa do Leite”.

E acrescenta: “Principalmente nesses últimos quatro anos, foi feito um trabalho de manutenção do rebanho, para o qual o governo disponibilizou aos produtores a compra da ração subsidiada, no qual o farelo de soja, fundamental para alimentação do rebanho bovino leiteiro, era comprado com abatimento de 50%”.

Expectativas

Para o futuro, o indicativo é a criação do programa Certifica Paraíba, voltado para certificação de pequenas agroindústrias, como queijeiras, casas de mel e entrepostos de ovos caipira, no sentido de ingressarem no mercado formal. “E com esse mercado formal podendo ser alcançado, eles vão aumentar a produção. Vai com certeza dar um incentivo grande no campo. A gente está em momento de pouca chuva. Então, isso está favorecendo muito a manutenção da produção do leiteiro”, finaliza.

*Matéria publicada originalmente na edição impressa do dia 19 de setembro de 2025.