A Secretaria de Saúde de Campina Grande investiga o caso de um homem que está internado em estado grave no Hospital Universitário Alcides Carneiro (Huac), com a suspeita de ter contraído raiva humana. O paciente tem 50 anos e é residente do bairro do Serrotão.
De acordo com a secretaria, o homem pode ter contraído a doença quando foi alimentar um sagui. O episódio aconteceu há três meses, mas só nos últimos dias o homem se queixou de alguns sintomas e foi buscar ajuda médica em hospitais da cidade. Ele deu entrada no Huac, na última segunda-feira (15).
Quando chegou ao Huac, o paciente apresentava agitação psicomotora, confusão mental, alteração do nível de consciência, aerofobia, falta de ar e queda na oxigenação do sangue, de acordo com a Secretaria de Saúde. Em razão do quadro de insuficiência respiratória aguda associado à instabilidade neurológica, o paciente foi sedado e intubado, sendo encaminhado para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) do hospital.
Em nota, a Diretoria de Vigilância em Saúde e o Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde (Cievs) do município informaram que todas as medidas de vigilância ambiental e epidemiológica foram acionadas. “Houve notificação imediata do caso suspeito no Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), conforme legislação vigente, além de comunicação formal do Cievs municipal ao Cievs estadual. A investigação epidemiológica detalhada está em curso, com atuação integrada das vigilâncias epidemiológicas hospitalar e municipal, vigilância ambiental/zoonoses e serviços de assistência à saúde”, aponta.
O diretor de Vigilância e Saúde de Campina Grande, Miguel Dantas, explicou que o caso ainda é suspeito, mas tudo indica que a investigação concluirá tratar-se de raiva humana. “O quadro, pelas primeiras análises, já induz que é raiva. Esse é um evento de saúde pública nacional agora em dezembro. Ocorreu uma morte por raiva no estado do Pará, e isso traz uma alerta nacional, porque no Brasil, de 2010 a 2025, tivemos 45 casos. E a gente está tendo agora um ressurgimento desses casos no país”, disse o gestor, ontem, em entrevista à imprensa.
*Matéria publicada originalmente na edição impressa do dia 18 de dezembro de 2025.