A Polícia Civil da Paraíba (PCPB) capturou, na manhã de ontem, cinco pessoas acusadas de integrar uma organização criminosa que praticava fraudes milionárias contra clientes de planos de saúde. Entre os alvos das diligências no estado, estão um pastor evangélico e membros de sua família. A empreitada foi realizada no âmbito da Operação Indébito, deflagrada pela Polícia Civil do Piauí (PCPI), com o apoio da PCPB — por meio da Diretoria de Operações Policiais (Diop) e da Unidade de Inteligência Policial (Unintelpol).
Ao todo, foram cumpridos 10 mandados judiciais na Paraíba — mais especificamente nas cidades de João Pessoa, Campina Grande e Itapororoca. Além de cinco ordens de prisão, as autoridades executaram cinco ações de busca domiciliar, que resultaram na apreensão de diversos equipamentos relacionados às atividades do grupo criminoso, os quais serão encaminhados à PCPI, que está responsável pela investigação.
De acordo com o delegado Carlos Othon, da PCPB, a Operação Indébito abrangeu o cumprimento de 80 mandados em diversos estados brasileiros, incluindo prisões temporárias e buscas e apreensões, expedidos nos autos de inquéritos sobre o caso, que apuram a prática dos crimes de estelionato por meio eletrônico e associação criminosa.
Além disso, também foram efetuados os bloqueios judiciais de 43 contas bancárias vinculadas aos investigados, com o intuito de assegurar o futuro ressarcimento das vítimas dos golpes.
Crime em etapas
Segundo informações divulgadas pela PCPB, a prática criminosa acontecia por meio de sites falsos e de anúncios patrocinados na internet. O objetivo era ludibriar aqueles que buscavam atendimento de plano de saúde. O esquema funcionava em etapas: após a vítima pesquisar por um tipo de serviço (como emissão da segunda via de um boleto), ela era direcionada a um endereço on-line fraudulento, onde os suspeitos passavam-se por atendentes via WhatsApp e solicitavam dados para gerar um boleto falso. O dinheiro pago pelas vítimas era, então, depositado em contas de “laranjas” e transferido rapidamente, dificultando o rastreamento.
Ainda conforme a Polícia Civil, a investigação revelou uma estrutura hierárquica clara, com líderes responsáveis pela criação da fraude e a coordenação geral do esquema, além de níveis de apoio técnico e de contas bancárias utilizadas para a ocultação dos valores.
De acordo com o delegado Carlos Othon, mais de 250 pessoas, incluindo residentes de todos os estados do país, tiveram prejuízo financeiro em decorrência das fraudes. O representante da PCPB não soube precisar, no entanto, o montante total do dinheiro ilegalmente obtido.
*Matéria publicada originalmente na edição impressa do dia 22 de agosto de 2025.