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Cresce número de surtos de catapora no estado

publicado: 17/11/2025 08h22, última modificação: 17/11/2025 08h22

por Bárbara Wanderley*

A Paraíba registrou aumento nos surtos de varicela (catapora) em 2025. No primeiro semestre, foram registrados quatro —  em Cajazeiras, São José da Lagoa Tapada, Massaranduba e Aroeiras — contra apenas um no mesmo período de 2024. Apesar disso, houve redução no número de casos: 29 neste ano, ante 39 no ano passado. A doença pode ser prevenida com a vacinação.

De acordo com a Secretaria de Estado da Saúde (SES-PB), casos leves não exigem notificação compulsória, mas surtos e casos graves devem ser comunicados ao Sistema de Informação de Agravos de Notificação. A infectologista Monnara Lúcio explica que a varicela é uma doença viral de curso geralmente benigno e que a imunização é a forma mais eficaz de prevenção.

Os sintomas incluem febre, dor de cabeça, dor no corpo, dores musculares. “Em algumas pessoas se manifesta inicialmente com bolhas, que tendem a aparecer primeiro na cabeça e se disseminar pelo corpo, a depender do estágio vacinal, porque pessoas vacinadas também podem ter catapora, mas tendem a ter uma forma mais leve. Boa parte das pessoas vacinadas não vai apresentar nenhum sintoma”, disse.

Segundo Monnara, a doença costuma seguir seu curso e melhorar sem maiores problemas. Em adultos, porém, há maior incidência de casos mais complicados e graves, incluindo acometimento do sistema nervoso.

Contágio e tratamento

A catapora é uma doença viral de transmissão respiratória, espalhando-se por gotículas e aerossóis liberados ao tossir, espirrar ou falar. Altamente contagiosa, dissemina-se facilmente em casa, escolas e ambientes de trabalho. Segundo Monnara Lúcio, também pode ser transmitida pelo contato direto com o líquido das bolhas ou lesões na pele de pessoas infectadas.

O tratamento da catapora é feito com medicamentos para aliviar sintomas como febre e coceira. A médica ressalta que não se deve estourar as bolhas para evitar infecções bacterianas. O uso de antiviral pode reduzir a intensidade e a duração da doença, sendo mais eficaz quando iniciado logo no começo dos sintomas.

A médica destaca ainda que a vacinação na infância previne complicações na vida adulta, como o herpes-zóster — reativação do vírus da catapora, que pode causar dor e lesões cutâneas anos após a infecção inicial.

A vacinação contra varicela está disponível na rotina dos serviços públicos de saúde, conforme esquema a seguir:

  • Aos 15 meses: a primeira dose com a vacina tetraviral; na indisponibilidade desta, administrar tríplice viral mais varicela (atenuada).
  • Aos quatro anos de idade: a segunda dose, deve ser com vacina varicela (atenuada). Crianças não vacinadas oportunamente podem receber essa vacina até seis anos, 11 meses e 29 dias.
  • População indígena, a partir de quatro anos de idade, sem história pregressa da doença e sem histórico vacinal.
  • Trabalhadores da saúde, sem história pregressa da doença e sem histórico vacinal.

Fonte: SES-PB

*Matéria publicada originalmente na edição impressa do dia 15 de novembro de 2025.