A Paraíba registrou aumento nos surtos de varicela (catapora) em 2025. No primeiro semestre, foram registrados quatro — em Cajazeiras, São José da Lagoa Tapada, Massaranduba e Aroeiras — contra apenas um no mesmo período de 2024. Apesar disso, houve redução no número de casos: 29 neste ano, ante 39 no ano passado. A doença pode ser prevenida com a vacinação.
De acordo com a Secretaria de Estado da Saúde (SES-PB), casos leves não exigem notificação compulsória, mas surtos e casos graves devem ser comunicados ao Sistema de Informação de Agravos de Notificação. A infectologista Monnara Lúcio explica que a varicela é uma doença viral de curso geralmente benigno e que a imunização é a forma mais eficaz de prevenção.
Os sintomas incluem febre, dor de cabeça, dor no corpo, dores musculares. “Em algumas pessoas se manifesta inicialmente com bolhas, que tendem a aparecer primeiro na cabeça e se disseminar pelo corpo, a depender do estágio vacinal, porque pessoas vacinadas também podem ter catapora, mas tendem a ter uma forma mais leve. Boa parte das pessoas vacinadas não vai apresentar nenhum sintoma”, disse.
Segundo Monnara, a doença costuma seguir seu curso e melhorar sem maiores problemas. Em adultos, porém, há maior incidência de casos mais complicados e graves, incluindo acometimento do sistema nervoso.
Contágio e tratamento
A catapora é uma doença viral de transmissão respiratória, espalhando-se por gotículas e aerossóis liberados ao tossir, espirrar ou falar. Altamente contagiosa, dissemina-se facilmente em casa, escolas e ambientes de trabalho. Segundo Monnara Lúcio, também pode ser transmitida pelo contato direto com o líquido das bolhas ou lesões na pele de pessoas infectadas.
O tratamento da catapora é feito com medicamentos para aliviar sintomas como febre e coceira. A médica ressalta que não se deve estourar as bolhas para evitar infecções bacterianas. O uso de antiviral pode reduzir a intensidade e a duração da doença, sendo mais eficaz quando iniciado logo no começo dos sintomas.
A médica destaca ainda que a vacinação na infância previne complicações na vida adulta, como o herpes-zóster — reativação do vírus da catapora, que pode causar dor e lesões cutâneas anos após a infecção inicial.
A vacinação contra varicela está disponível na rotina dos serviços públicos de saúde, conforme esquema a seguir:
- Aos 15 meses: a primeira dose com a vacina tetraviral; na indisponibilidade desta, administrar tríplice viral mais varicela (atenuada).
- Aos quatro anos de idade: a segunda dose, deve ser com vacina varicela (atenuada). Crianças não vacinadas oportunamente podem receber essa vacina até seis anos, 11 meses e 29 dias.
- População indígena, a partir de quatro anos de idade, sem história pregressa da doença e sem histórico vacinal.
- Trabalhadores da saúde, sem história pregressa da doença e sem histórico vacinal.
Fonte: SES-PB
*Matéria publicada originalmente na edição impressa do dia 15 de novembro de 2025.