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Esculturas e robôs

Estudantes reinventam o lixo eletrônico

publicado: 23/10/2025 08h27, última modificação: 23/10/2025 08h27
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Atividade pedagógica integra a programação da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia | Foto: Divulgação/Secom-JP

O lixo eletrônico ganhou novos significados nas mãos de alunos da Rede Municipal de Ensino de João Pessoa. Eles participaram, na manhã de ontem, na Estação Cabo Branco, de uma oficina de artes com resíduos eletrônicos, como preparação para o Campeonato de Arte com Resíduos Eletrônicos (Campeonarte). O evento integra a programação da 22ª Semana Nacional de Ciência e Tecnologia (SNCT 2025), que acontecerá entre os dias 30 de outubro e 1º de novembro, no Espaço Cultural.

O tema deste ano é “Cultura oceânica”. Segundo a tecnóloga em sistemas para internet Sofia Leal, “estamos ensinando de que forma podemos aproveitar componentes eletrônicos de alguns aparelhos para desenvolver esculturas em maquetes. Elas podem representar ecossistemas marinhos, como plantas e animais, e mostrar que a arte e a criatividade podem dar um novo fim a objetos que iriam para locais inadequados”, explicou a especialista.

Durante a oficina, os estudantes trabalharam com equipamentos inservíveis — como computadores, monitores e aparelhos de DVD —, transformando-os em peças artísticas. “Estamos usando essas sucatas eletrônicas para produzir protótipos autônomos, como tartarugas e cavalos-marinhos que se movem sozinhos, e até corais com movimento”, destacou Josimar Bertoldo Belo, professor de Robótica da Secretaria de Educação e Cultura de João Pessoa (Sedec-JP).

As alunas Aline da Silva Maciel, Ester Vitória e Mariana da Silva, orientadas pelo professor de Ciências da Escola Municipal Moema Tinoco, Ygor Leitão, já definiram o projeto que apresentarão no campeonato. “A ideia é mostrar que o oceano começa na nossa casa. O lixo eletrônico descartado de forma irregular pode acabar chegando ao mar. Por isso, vamos construir uma maquete de uma casa com um caminho eletrônico até o oceano”, contou Aline.

Além das oficinas de arte, os alunos também participam de atividades voltadas à robótica, maquetes e pintura. O Campeonarte reunirá 15 escolas municipais, com 29 equipes e um total de 116 participantes.

De acordo com a coordenadora de Educação Ambiental da Sedec-JP, Maria Auxiliadora Clemente Dantas, o objetivo é promover consciência ambiental e reaproveitamento criativo. “Queremos retirar da natureza materiais em desuso e transformá-los em arte, dando-lhes um novo significado. Isso tem um valor essencial, pois além de reduzir o descarte, mostra que a arte pode surgir da sustentabilidade”, ressaltou.

O público-alvo do campeonato são estudantes dos 7º e 8º anos da Rede Pública Municipal, organizados em equipes de até quatro integrantes — três alunos e um professor orientador.

O Campeonarte será dividido em três modalidades, todas exigindo o uso de peças reaproveitadas de resíduos eletrônicos coletados pelas equipes inscritas:

  • Maquetes — construção em escala reduzida de objetos, sistemas ou estruturas de engenharia ou arquitetura, de uso rural ou urbano;
  • Pintura — aplicação de pigmentos em forma pastosa, líquida ou em pó sobre uma superfície, com o objetivo de atribuir cores, matizes, tons e texturas;
  • Robótica — criação de dispositivos eletromecânicos capazes de executar tarefas de forma autônoma ou pré-programada.

*Matéria publicada originalmente na edição impressa do dia 23 de Outubro de 2025.