As festas de São João na Paraíba chegaram ao fim com um dado marcante: pelo segundo ano consecutivo, nenhum óbito foi registrado nos locais de celebração. Essa informação torna-se ainda mais significativa quando considerado o crescimento de 30% das festividades juninas no estado, em relação ao ano passado, totalizando mais de 1,9 mil eventos realizados nos meses de maio, junho e julho, em 187 municípios paraibanos. O resultado reforça a efetividade das ações das Forças de Segurança da Paraíba e aponta para uma queda significativa nos índices de criminalidade durante o período festivo.
Os dados foram apresentados ontem, no Centro Integrado de Comando e Controle (CICC) de Campina Grande, durante a divulgação do balanço da Operação São João 2025. O secretário de Segurança e Defesa Social da Paraíba, Jean Nunes, atribuiu os resultados positivos da operação ao trabalho integrado de diversos órgãos da administração estadual. Segundo ele, o êxito vai além da atuação das Forças de Segurança. “Contamos com grandes parcerias, como as secretarias de Administração, Planejamento e Saúde — essa última, por exemplo, foi fundamental em Campina Grande, onde cerca de três mil pessoas receberam atendimento em meio aos festejos. Essas colaborações fortalecem as ações nos grandes eventos”, destacou.
Nunes também ressaltou que os números refletem um esforço coletivo do Governo da Paraíba para garantir a segurança nas festas. “É importante lembrar-se dos investimentos feitos pelo governador João Azevêdo. Quando apresentamos a operação, em maio, o governador anunciou um aporte de R$ 30 milhões para a segurança dos festejos juninos, sendo R$ 6 milhões destinados apenas a Campina Grande”, finalizou.
Avanços
Além de alcançar o marco de nenhuma morte violenta nos locais das festas juninas na Paraíba, as Forças de Segurança também registraram avanços importantes em outras frentes. Houve uma redução de 15% nas mortes no trânsito no decorrer do período festivo, além de uma queda de 33% nos crimes patrimoniais. Outro exemplo do impacto dessas ações foi a Operação Recupera, da Polícia Civil da Paraíba (PCPB), que resultou na recuperação de mais de mil celulares roubados, todos devolvidos aos seus legítimos proprietários. Somente na Rainha da Borborema, 476 aparelhos foram resgatados.
Para o comandante-geral da Polícia Militar da Paraíba (PMPB), coronel Sérgio Fonseca, a tecnologia teve um papel essencial no sucesso da Operação São João 2025, proporcionando mais eficiência ao trabalho policial e contribuindo diretamente para os resultados alcançados. “Durante os eventos juninos, a Polícia Militar apreendeu quase 30 armas de fogo em todo o estado, o que demonstra a efetividade do policiamento, que contou com o apoio fundamental da tecnologia, especialmente por meio do CICC”, afirmou.
Segundo o coronel, praticamente todos os grandes eventos contaram com câmeras de reconhecimento facial e drones integrados ao CICC, permitindo o policiamento aéreo e uma vigilância mais ampla e precisa. “Hoje, sabemos que a tecnologia é indispensável. O CICC dá suporte não só ao policial militar nas ruas, mas também ao policial civil nas investigações, atuando tanto de forma preventiva, com mais de mil câmeras espalhadas pelo estado, quanto posteriormente, no processo investigativo”, apontou Fonseca.
Campina Grande, que recebeu um público recorde no Parque do Povo — com um aumento superior a 10% no número de visitantes, em relação a 2024, totalizando mais de três milhões de pessoas n’O Maior São João do Mundo —, foi o município onde o uso da tecnologia alcançou os melhores resultados. No local, os recursos do CICC possibilitaram 28 prisões por reconhecimento facial e a recuperação de 11 veículos, por meio do sistema de leitura automática de placas. Já em todo o estado, graças ao reconhecimento facial, 53 pessoas foram identificadas e retiradas de circulação por quebra de regime penal ou mandados de prisão em aberto.
Outros dados
A Operação São João 2025 foi marcada por uma atuação integrada entre diversos órgãos de Segurança e serviços do estado. Entre eles, destacam-se a Polícia Militar, a Polícia Civil, o Corpo de Bombeiros Militar da Paraíba (CBMPB), o Departamento Estadual de Trânsito (Detran--PB), a Secretaria de Estado da Saúde (SEE) e a Secretaria de Estado da Administração Penitenciária (Seap).
A PMPB, por exemplo, executou mais de 86 mil abordagens, sendo quase seis mil apenas em Campina Grande. Ao todo, cerca de 53 mil veículos foram fiscalizados e mais de duas mil prisões efetuadas ao longo do período festivo. Os militares ainda atuaram na recuperação de 238 veículos com restrição de furto ou roubo, na apreensão de 99 kg de entorpecentes e na retirada de 340 armas de fogo de circulação.
O CBMPB também teve um papel de destaque, com 3,9 mil atendimentos de primeiros socorros registrados em todo o estado — 1.318 deles em Campina Grande, sendo a maioria por intoxicação alcoólica. Além disso, os bombeiros realizaram 688 vistorias técnicas nos locais de realização dos eventos, contribuindo para a segurança estrutural das celebrações.
Já o Instituto de Polícia Científica da Paraíba (IPC) realizou, dos dias 19 a 24 de junho, 603 exames periciais, entre eles 327 exames de lesão corporal. Por sua vez, o Detran-PB fez, no período das festas juninas, 1.688 testes de alcoolemia, com 132 autuações por embriaguez ao volante. As equipes ainda abordaram 1.623 veículos em blitze educativas e repressivas e removeram 39 veículos por infrações diversas.
A secretária de Estado do Turismo e Desenvolvimento Econômico, Rosália Lucas, destacou a importância do trabalho das Forças de Segurança, especialmente nas ações preventivas, e agradeceu o empenho de todos os envolvidos. Ela também ressaltou o impacto direto da segurança pública na promoção do turismo no estado. “Hoje, as festas juninas na Paraíba são referência para o Brasil. Os dados positivos apresentados reforçam essa posição e têm reflexos diretos na imagem do nosso estado como destino turístico. Foi um São João de muito sucesso, mas, acima de tudo, um São João de paz. A Paraíba está na vitrine nacional e o fator segurança tem papel fundamental nisso”, concluiu.
*Matéria publicada originalmente na edição impressa do dia 9 de julho de 2025.