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caso hytalo santos

Justiça ordena suspensão de perfis

publicado: 13/08/2025 08h15, última modificação: 13/08/2025 08h15
Determinação também exige interrupção da monetização do influenciador nas redes e proíbe contato com menores

Uma decisão liminar da Justiça da Paraíba determinou a suspensão de todos os perfis mantidos pelo influenciador paraibano Hytalo Santos nas redes sociais, incluindo a interrupção de sua monetização, além do afastamento imediato dos adolescentes que vivem com ele e da proibição de qualquer tipo de contato com os menores.

A ordem atende solicitações do Ministério Público da Paraíba (MPPB), em uma ação civil pública proposta na última segunda-feira (11), em meio à repercussão de um vídeo-denúncia do também influenciador Felipe Bressanim Pereira, mais conhecido como Felca, que acusa Hytalo de exploração de menores.

A defesa de Hytalo Santos, que já vinha sendo investigado pelo MPPB, ainda pode recorrer da determinação judicial. A ação civil pública, como explica o órgão, argumenta que o influenciador submete adolescentes à adultização e à exposição com conotação sexual para a obtenção de lucro.

Ainda na segunda-feira (11), o MPPB enviou uma recomendação administrativa — junto ao Grupo de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), o Ministério Público do Trabalho (MPT) e a Polícia Civil — à diretoria da Loteria do Estado da Paraíba (Lotep), solicitando a suspensão da autorização concedida à empresa Fartura Premiações, divulgada pelo canal do influenciador.

A promotora de Justiça de Bayeux, Ana Maria França, explicou como teve início o processo de investigação de Hytalo, instaurado no fim do ano passado. “Em Bayeux, nós instauramos esse procedimento a partir de reclamações de moradores do condomínio onde vivia o influenciador, sobre a conduta irregular dele com crianças e adolescentes, na produção de seus conteúdos, estendendo-se até tarde e com barulho, com muitas dessas filmagens envolvendo bebidas alcoólicas, além de cenas que tinham conotação sensual. Começamos a coletar provas, dados e documentos, porque o Ministério Público só age dentro dos ditames legais. Agora, a primeira fase do procedimento está concluída, com essa ação civil pública. Também tivemos a colaboração de entidades parceiras na investigação, para que tivéssemos êxito na recomendação”, destacou Ana Maria.

A promotoria de Justiça de João Pessoa também apura a conduta de Hytalo. Os promotores João Arlindo Corrêa Neto e Ivete Leônia Soares de Oliveira Arruda estão à frente do procedimento, que ouve, inclusive, depoimentos de pais dos adolescentes envolvidos, para averiguar se os familiares foram omissos no dever de proteger os direitos dos menores.

Há, ainda, um inquérito policial, requisitado pelo MPPB, para que sejam avaliadas as condutas do investigado na área criminal. De acordo com o órgão, o resultado do inquérito pode respaldar uma eventual denúncia contra o influenciador.

A equipe de reportagem do Jornal A União entrou em contato com a assessoria de Hytalo Santos para comentar a nova decisão judicial, mas, até o fechamento desta edição, não obteve retorno.

*Matéria publicada originalmente na edição impressa do dia 13 de agosto de 2025.