Quem compra óculos de sol costuma escolher as opções com base em critérios como o modelo, tendo em vista a variedade de cores e formatos, além da forma e tamanho que melhor se adaptam ao rosto. Porém, além dessas questões estéticas, é essencial verificar se os óculos possuem proteção contra os raios UVA/UVB, pois, no verão ou no inverno, esses tipos de radiação são emitidos pelo sol e podem causar problemas.
Especialistas alertam que o uso do produto, sem a procedência e qualidade adequadas, pode causar dores de cabeça, vermelhidão nos olhos ou lacrimejamento, além de problemas mais sérios, como catarata e degeneração macular.
UVA e UVB são tipos de radiação ultravioleta (UV) emitida pelo sol e por algumas lâmpadas e equipamentos de laboratório. Elas atravessam a córnea e podem causar danos cumulativos à retina e ao cristalino, perceptíveis a longo prazo. Os raios UVA têm maior intensidade e penetram camadas mais profundas, podendo afetar a visão central. Já os raios UVB são mais curtos e podem lesar a córnea e o cristalino.
- Em paralelo, as lojas oferecem lensômetro, equipamento que mede a qualidade da proteção.
Segundo o médico oftalmologista, Vanderlan Carvalho, por vivermos numa região de muita luminosidade, próximo à linha do Equador, a proteção, tanto para a pele quanto para os olhos, é fundamental. Ele acrescenta que a falta dessa proteção e a consequente exposição em excesso a raios solares podem causar problemas como “pterígio — crescimento anormal de tecido sobre a córnea —, catarata ou até uma alteração na região macular, área mais nobre da retina”, destacou.
Diante do risco, o especialista recomenda alguns cuidados na hora de adquirir os óculos escuros. Segundo ele, é mais seguro comprar o produto em locais com procedência conhecida, que tenham respaldo e tempo de atuação no mercado, pois isso indica maior responsabilidade por parte do vendedor. No entanto, para ter certeza de que os óculos oferecem, de fato, proteção UVA/UVB, é necessário levá-los a um oftalmologista ou a uma ótica equipada com lensômetro, aparelho capaz de medir esse tipo de proteção.
Vanderlan explica que esse aparelho, o lensômetro, pode garantir que, de fato, os produtos tenham 100% de proteção contra esses raios e que ainda é possível verificar o certificado dos óculos de sol. “Quando você também compra um óculos de boa procedência, ele vem com o certificado de proteção da própria empresa, que é mais uma forma de atestar que está vendendo o produto adequado”, alertou.
Vendas e consumo
No Centro de João Pessoa, é comum encontrar óculos de sol à venda em lojas, camelôs e ambulantes. No shopping popular Terceirão, há várias opções, inclusive armações para óculos de grau. Segundo o vendedor João Rodrigo Lima da Silva, a maioria dos clientes se interessa mais por lentes polarizadas do que pela proteção UV. “Geralmente, só olham o modelo e como fica no rosto”, diz. Ele afirma que todos os óculos vendidos no local têm algum nível de proteção UV, embora nem todos tenham certificado ou sinalização visível. A loja dispõe de um lensômetro para medir o nível de proteção e até imprimir para os compradores, mas poucos clientes solicitam o teste.
Em outra loja do mesmo shopping, a consultora Erika Pedrosa relata que cerca de 60% dos clientes perguntam sobre proteção UV. “Alguns só querem preço, mas a maioria se preocupa com a proteção dos olhos”, afirma. Segundo ela, grande parte dos óculos tem filtro UV, indicado por adesivos ou testado com um equipamento de LED. Quando o cliente faz óculos de grau com essa proteção, recebe também certificado garantindo a proteção.
Dayse Souza, proprietária de outro estabelecimento, relata que seus clientes também se preocupam com a proteção UV e reforça a qualidade dos produtos vendidos, afirmando que são encomendados de fornecedores de Recife e São Paulo. “Aqui, todos os óculos têm certificado e selo na lente”, garante.
*Matéria publicada originalmente na edição impressa do dia 24 de julho de 2025.