Projeto inovador na área da Saúde foi desenvolvido por um enfermeiro e professor de Patos, no Sertão da Paraíba. A criação consiste em um simulador de ausculta cardíaca e pulmonar para facilitar o ensino na área da Saúde. O projeto contou com financiamento do Governo da Paraíba, por meio de Edital do Programa Centelha, executado pela Fundação de Apoio à Pesquisa da Paraíba (Fapesq-PB).
De acordo com Ailton Targino — enfermeiro, professor do ensino superior, CEO e desenvolvedor de software —, que coordena o projeto e desenvolveu o simulador, o uso de simuladores com recursos de ausculta cardíaca e pulmonar é de grande relevância para o ensino em Saúde, pois proporciona um aprendizado prático, seguro e mais eficaz para os estudantes. O simulador permite que estudantes pratiquem a ausculta sem riscos ao paciente, desenvolvendo habilidades clínicas essenciais em um ambiente controlado e sem pressão. O equipamento permite também repetição e correção de erros. “É possível repetir o exame diversas vezes, ouvir diferentes sons cardíacos e pulmonares (normais e patológicos) e receber feedback imediato, o que facilita a correção de erros e o aprimoramento técnico”, observou Ailton.
O uso do simulador contribui para a formação dos profissionais de saúde, ao possibilitar o reconhecimento de sons patológicos por meio da exposição a uma ampla variedade de sons — como estertores, sibilos e sopros cardíacos. Essa prática amplia a capacidade de diagnóstico dos alunos, algo que nem sempre é possível em experiências clínicas reais. Ao praticar com simuladores, os estudantes desenvolvem mais segurança em suas habilidades clínicas, o que melhora sua atuação durante o atendimento a pacientes nos campos de estágio. Além da técnica, o uso de simuladores estimula o raciocínio diagnóstico, pois o estudante precisa associar achados de ausculta com sinais clínicos e hipóteses diagnósticas. Os simuladores garantem que todos os alunos tenham acesso às mesmas situações de aprendizado, o que reduz disparidades e aumenta a equidade na formação. Muitos simuladores modernos possuem tecnologia atualizável e integração com softwares educacionais, permitindo adaptar o ensino às diretrizes mais recentes.
Fomento
Ailton ressalta a importância do investimento do Governo da Paraíba, via Fapesq, no simulador tecnológico para educação em Saúde, que recebeu R$ 25 mil para sua execução. O Centelha II conta com mais de R$ 2,2 milhões, incluindo R$ 1.669.997,10 — pela Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e pela Fapesq — e R$ 586.674 — via Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene) para contemplar 10 empresas. Segundo ele, esse aporte é fundamental para melhorar o ensino em Saúde, promover inovação regional e valorizar o conhecimento local. O apoio governamental gera impacto social e retorno sustentável, estimulando universidades e pesquisadores a produzir ciência de ponta e formando uma sociedade mais crítica e preparada. Investimentos bem distribuídos equilibram oportunidades entre as regiões da Paraíba.
O Programa Nacional de Apoio à Geração de Empreendimentos Inovadores é resultado de uma parceria entre o Governo da Paraíba — por meio da Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia, Inovação e Ensino Superior (Secties) — e diversas instituições. A iniciativa é executada pela Fapesq-PB, pela Finep, pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e pela Sudene. Conta ainda com o apoio do Sebrae, do Conselho Nacional das Fundações Estaduais de Amparo à Pesquisa (Confap) e da Fundação Certi.
*Matéria publicada originalmente na edição impressa do dia 4 de julho de 2025.