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Chuvas e segurança urbana

Quedas de árvores aumentam em JP

publicado: 11/07/2025 08h32, última modificação: 11/07/2025 08h32
Com 46 ocorrências registradas neste ano, equipes intensificam diagnóstico e monitoramento em áreas públicas
2025.07.10 Arvores Mata Atlantica © João Pedrosa (5).JPG

Na área de reserva de Mata Atlântica, próxima a um supermecado, três árvores tombaram | Foto: João Pedrosa

por Sara Gomes*

Com a chegada do período chuvoso é mais recorrente o registro de queda de árvores na capital paraibana. De janeiro até ontem foram registradas 46 ocorrências desse tipo pela Secretaria do Meio Ambiente de João Pessoa (Semam), duas a mais que no mesmo período do ano passado, quando tombaram 44 árvores. Nos últimos dias, quatro árvores caíram em áreas de Mata Atlântica na cidade, sendo três ao lado do Carrefour Bancários e uma dentro da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), ambas em território sob responsabilidade do Governo Federal.

A dinâmica das árvores nas florestas segue o ciclo natural da vida útil de cada espécie. Segundo o chefe da Divisão de Arborização e Reflorestamento (Divar), Anderson Fontes, o órgão realiza apenas a poda de afastamento, com o objetivo de prevenir acidentes e garantir a segurança na mobilidade urbana. “Não é possível fazer uma poda radical, pois isso comprometeria a sobrevivência de muitas espécies. Apenas realizamos a manutenção para evitar que galhos interfiram na mobilidade do trânsito, já que se trata de uma área de tráfego de ônibus”, explicou.

Desde janeiro a equipe da Divar realiza o diagnóstico das árvores em áreas residenciais, praças e canteiros centrais de João Pessoa. Segundo Anderson Fortes, no período chuvoso, a partir de maio, essas ações intensificam-se com plantões diários e monitoramento contínuo. “A gente passa nos principais corredores, matas para fazer esse diagnóstico. A Sedurb e a Energisa recebe o laudo técnico, dando andamento às orientações. É todo um trabalho preventivo”, relata. Mesmo com as ocorrências comuns nesta época do ano, ele afirma que o número é considerado baixo, diante da estimativa de mais de 300 mil árvores no município.

No mês de julho, é comum a ocorrência de rajadas de vento e chuvas moderadas ao longo de toda a faixa litorânea da Paraíba. A Agência Executiva de Gestão de Águas (Aesa) chegou a registrar ventanias de até 33 km/h. Segundo a meteorologista Marle Bandeira, esses fenômenos são típicos da região e conhecidos como Ventos Alísios do Sudeste. “Até setembro, podem ocorrer essas de rajadas de vento. A população deve se precaver, buscando abrigo em locais seguros, de preferência em casa”, orientou.

O período chuvoso na Zona Leste do estado, que compreende o Agreste, Litoral e Brejo, ocorre entre os meses de abril a julho. “Desde maio chove consideravelmente em João Pessoa, mas no dia 3 de julho, por exemplo, foi o dia mais frio na capital, chegando a 20,9 oC à noite. Embora o mês de agosto seja, climatologicamente, o mais frio”.

Inmet

O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) renovou, ontem, o alerta de acumulado de chuva para João Pessoa e outras 15 cidades do Litoral. O aviso de perigo potencial prevê chuva de 20 a 30 mm/h ou até 50 mm/dia e é válido até as 10h de hoje. Apesar do nível moderado, há risco de alagamentos e pequenos deslizamentos, principalmente em áreas de encosta ou com histórico estrutural. A Defesa Civil orienta evitar abrigo sob árvores, não estacionar próximo a torres ou placas, não usar eletrônicos ligados à tomada, evitar sair sob mau tempo, observar encostas e, se possível, desligar aparelhos e o quadro geral de energia.

*Matéria publicada originalmente na edição impressa do dia 11 de julho de 2025.