Até 2027, Campina Grande deve passar a contar com o transporte público por Veículos Leves Sobre Trilhos (VLT) integrado aos demais modais existentes na cidade. Essa foi uma das informações repassadas durante uma reunião, realizada ontem (21), que contou com a presença de representantes da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), da estatal Infra S.A., de secretarias municipais e da Prefeitura de Campina Grande. O encontro, orcorrido na sede da Superintendência de Trânsito e Transportes Públicos (STTP), teve como objetivo detalhar o planejamento do projeto e definiu o prazo de um ano para a conclusão das obras de revitalização dos trilhos.
As autoridades presentes também realizaram visitas técnicas aos principais trechos previstos para a passagem do VLT, incluindo o bairro Aluísio Campos e a Estação Nova, que está sendo revitalizada para se tornar a principal estação do projeto.
Segundo o diretor da ANTT, Alex de Azevedo, o projeto é de grande importância para a mobilidade urbana de Campina Grande e terá amplo alcance. “A obra começa nas proximidades do Hospital da FAP, abrangendo o núcleo hospitalar, e segue pelos campi da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) e da Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), compondo o eixo educacional da cidade. Passa ainda pelo bairro Quarenta, onde há um importante patrimônio em estilo art déco que será totalmente revitalizado, promovendo integração entre os modais ferroviário e rodoviário. De lá, o trajeto segue até a Estação Velha, a apenas 200 m do Parque do Povo, criando mais um atrativo cultural e turístico para Campina Grande. O percurso também contempla o núcleo jurídico, o setor industrial, o aeroporto e chega ao populoso bairro Aluísio Campos. Essa obra vai transformar de forma profunda e positiva a mobilidade urbana da cidade”, destacou Azevedo.
Durante a reunião, também foi definido o prazo para a conclusão das obras da Estação Nova — um prédio histórico da década de 1960, símbolo da Rainha da Borborema. De acordo com o secretário municipal de Obras, Joab Machado, o espaço deverá ser entregue em até dois anos.
“Essa foi uma reunião muito importante para garantir não apenas o comprometimento de todos com a execução do projeto, que de fato sairá do papel, mas também para definir prazos, cronogramas e as responsabilidades de cada parte envolvida. Estabelecemos um prazo de 24 meses para a obra da Estação Nova, que será o ponto central do sistema de transporte público. Já a revitalização da linha férrea está prevista para 12 meses, ou seja, um ano”, concluiu Machado.
Trabalhos
O encontro entre as autoridades envolvidas no projeto também apresentou um estudo que estima que o VLT transportará cerca de 40 mil passageiros por dia após a conclusão das obras. A reunião foi fundamental para a definição de aspectos técnicos da implantação do sistema.
De acordo com Bruno Fernandez, responsável pela Gestão de Contratos e Projetos da Infra S.A., quase todos os trilhos existentes precisarão ser substituídos. “Estamos trabalhando para harmonizar a obra de reabilitação da ferrovia com a nova infraestrutura necessária para o funcionamento do Veículo Leve sobre Trilhos. A intenção é que esse projeto sirva como piloto para outras cidades e capitais do país. A linha terá de 14 km a 15 km de extensão, e os trilhos passarão por um tratamento especial. A maioria será substituída por novos trilhos, mais resistentes e adequados à operação do VLT. Estimamos que de 90% a 100% dos trilhos antigos precisarão ser trocados”, explicou Fernandez.
*Matéria publicada originalmente na edição impressa do dia 22 de Outubro de 2025.