Completando um mês de operação no próximo dia 18, o sistema Defesa Civil Alerta já está ativo em todos os 223 municípios da Paraíba. A ferramenta, coordenada nacionalmente pelo Centro Nacional de Gerenciamento de Riscos e Desastres (Cenad) e executada pelas principais operadoras de telefonia móvel, representa um importante avanço na capacidade de resposta a eventos climáticos extremos na região.
O sistema entrou em teste no dia 14 de junho, com alertas enviados a moradores de João Pessoa, Região Metropolitana e municípios como Alagoa Nova, Itatuba e Coremas. Desde o dia 18, a cobertura estendeu-se a todo o estado e aos demais entes do Nordeste. As mensagens são enviadas diretamente aos celulares compatíveis, localizados em áreas de risco, utilizando redes 4G e 5G, sem necessidade de cadastro ou qualquer ação prévia do usuário.
Segundo a gerente-executiva da Defesa Civil do estado, Márcia Ferreira, o objetivo é alertar a população com antecedência diante de desastres naturais como enxurradas, deslizamentos e vendavais. “O Defesa Civil Alerta encontra-se ativo em todos os 223 municípios da Paraíba, inclusive em todos os nove estados do Nordeste. O lançamento que houve no dia 14 foi para dar conhecimento à população, e efetivamente o sistema começou a funcionar no dia 18”, explicou.
Márcia reforça ainda que, embora o sistema esteja operando plenamente, até o momento não houve necessidade de disparo real, já que não foram registradas situações de risco iminente à vida ou ao patrimônio. A ferramenta opera com dois níveis principais: o alerta severo, que antecipa a possibilidade de ocorrência e orienta ações preventivas; e o alerta extremo, emitido quando há ameaça iminente, com sinal sonoro ativado mesmo em celulares no modo silencioso. “O sistema é gratuito e automático, e consolida-se como uma importante ferramenta de prevenção e segurança em um cenário de mudanças climáticas cada vez mais frequentes”, ressaltou a gerente.
Além de fornecer alertas, a Defesa Civil Estadual também tem papel estratégico no apoio aos municípios. “Nós atuamos levando orientações, treinamentos e articulando com o Governo Federal nos casos de necessidade, como no reconhecimento de situação de emergência e solicitação de recursos para reconstrução de estruturas afetadas pelas chuvas”, destaca Márcia. Ela aponta que alguns municípios enfrentam dificuldades técnicas para registrar e formalizar ocorrências climáticas, o que exige a atuação direta da equipe estadual.
Litoral, Agreste e Brejo
O início oficial do inverno, em 20 de junho, trouxe à tona a importância da ferramenta. Nas regiões do Litoral, Agreste e Brejo, as chuvas tornaram-se mais frequentes, com madrugadas frias e maior instabilidade. De acordo com a meteorologista da Agência Executiva de Gestão das Águas (Aesa), Marle Bandeira, o comportamento climático em 2025 está dentro do esperado, diferente do inverno passado, impactado pelo fenômeno El Niño.
As temperaturas devem manter-se amenas até setembro, variando entre 20 oC e 28 oC no Litoral; chegando a 17 oC no Agreste e Brejo; e até 15 oC no Cariri e Curimataú. No Sertão, onde as chuvas concentram-se no primeiro semestre, o destaque agora são as noites frias, com mínimas próximas a 20 oC. A orientação da Aesa é para que a população acompanhe os boletins meteorológicos e esteja atenta aos alertas emitidos.
João Pessoa
Na capital, as precipitações também têm sido frequentes. Ontem, o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) emitiu um aviso de acumulado de chuva, válido até às 10h de hoje. O alerta, de nível amarelo, indica perigo potencial, com previsão de chuvas entre 20 e 30 mm por hora, podendo chegar a 50 mm por dia.
Diante da previsão, as equipes da Coordenadoria Municipal de Proteção e Defesa Civil (Compdec-JP) intensificaram o monitoramento nas áreas de risco, com atenção redobrada as encostas, barreiras e comunidades ribeirinhas.
*Matéria publicada originalmente na edição impressa do dia 8 de julho de 2025.