A Polícia Civil da Paraíba (PCPB) deflagrou, na manhã de ontem, a Operação Chave Mestra, que resultou na prisão de três pessoas, incluindo um homem considerado um dos maiores estelionatários do estado, sua esposa e outro comparsa. De acordo com as autoridades, o grupo é acusado de cometer uma série de golpes, em João Pessoa, por meio de uma empresa de veículos situada no bairro da Torre. As investigações apontam que, mediante diversas modalidades de fraude em negociações de automóveis, os suspeitos causaram um prejuízo que ultrapassa R$ 10 milhões, afetando mais de 30 vítimas.
Segundo o delegado Ademir Santos, o grupo atuava comercializando veículos e oferecendo descontos em sua loja, caso o financiamento fosse feito diretamente com eles, de modo que os clientes efetuavam os pagamentos das parcelas por meio de boleto ou Pix. No entanto, os valores não eram repassados aos bancos e os carros adquiridos pelas vítimas acabavam sendo apreendidos. Ainda de acordo com o delegado, a PCPB investiga o fato de que alguns desses veículos retornavam para os acusados revenderem.
“Eles também utilizavam os documentos dos clientes para realizar financiamentos em seus nomes”, relatou Ademir, contando que algumas das vítimas foram exploradas para o registro de quatro financiamentos de veículos.
O casal envolvido foi localizado e capturado na praia de Maria Farinha, situada no município de Paulista (PE), enquanto o outro homem foi detido na cidade de Rio Tinto, na Região Metropolitana de João Pessoa. As diligências relacionadas ao caso prosseguirão, com a finalidade de identificar e responsabilizar outras pessoas envolvidas no esquema, cuja estrutura é considerada extensa e ramificada — inclusive com ligações a estabelecimentos como cartórios e revendedoras de automóveis.
A deflagração da Operação Chave Mestra ocorreu por meio da Delegacia de Defraudações e Falsificações (DDF) da capital, com o apoio da Polícia Militar da Paraíba (PMPB), da Unidade de Inteligência Policial (Unintelpol), da Delegacia de Polícia Civil de Rio Tinto e da Delegacia de Polícia Civil de Maria Farinha, em Pernambuco.
Conforme a PCPB, a força-tarefa recebeu esse nome em referência ao instrumento utilizado para abrir portas de veículos, representando o acesso das autoridades ao núcleo central da organização criminosa investigada.
*Matéria publicada originalmente na edição impressa do dia 26 de agosto de 2025.