Localizado no município de Ingá, no Agreste do estado, o Sítio Arqueológico Itacoatiaras do Rio Ingá — também conhecido como Pedra do Ingá — está cada vez mais próximo de ser elevado à categoria de Monumento Natural, tipo de Unidade de Conservação (UC) que garantirá proteção integral ao local. Na última sexta-feira (18), a Secretaria do Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas) da Paraíba realizou uma visita técnica à área, com o propósito de fazer um diagnóstico de suas necessidades estruturais e ambientais, estabelecendo as bases para as estratégias de preservação do patrimônio arqueológico, a valorização cultural e o desenvolvimento sustentável da região.
A equipe técnica da Semas, que também consultou guias de turismo e representantes da população local durante a atividade, ainda conduzirá, ao longo de todo o mês, estudos e mapeamentos para fundamentar a criação da nova UC paraibana.
Thiago Silva, gerente--executivo de Áreas Protegidas, Biodiversidade e Gestão Costeira da Semas, destacou a importância desse processo para o sítio arqueológico, ressaltando sua individualidade pela presença dos dois biomas que convivem no local. “Essa mudança representa um marco para a preservação do patrimônio natural, contemplando tanto os sítios arqueológicos quanto a vegetação de transição entre Mata Atlântica e Caatinga. Além disso, será possível realizar, posteriormente, a criação do Plano de Manejo da Unidade de Conservação, instrumento fundamental para a gestão sustentável da área”, explicou Thiago.
Na avaliação da secretária de Meio Ambiente e Sustentabilidade do estado, Rafaela Camaraense, o processo viabilizará uma oportunidade única de desenvolvimento sustentável para a região, já que o novo formato institucional da área amplia as possibilidades de captação de verbas, criando condições para investimentos em infraestrutura, pesquisa e atividades turísticas no local.
“Essa mudança abre caminho para o fortalecimento do turismo sustentável e da valorização cultural, gerando benefícios diretos para a comunidade local por meio de geração de renda, educação ambiental e incentivo à pesquisa científica. Permitirá também a captação de recursos públicos e privados, além da formação de parcerias estratégicas com instituições de ensino, organizações não governamentais e órgãos nacionais e internacionais voltados à conservação do patrimônio”, ressaltou a titular da Semas.
Protegido pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), o Itacoatiaras do Ingá é considerado um dos sítios arqueológicos mais importantes do Brasil, apresentando uma série de inscrições rupestres em baixo-relevo, cuja origem, datação e significado permanecem, até hoje, desconhecidos.
*Matéria publicada originalmente na edição impressa do dia 22 de julho de 2025.